Queridos irmãos e irmãs,
Hoje a Igreja inteira se enche de alegria para celebrar um mistério luminoso: Maria, a Mãe de Jesus, foi elevada ao Céu em corpo e alma. É a Assunção de Nossa Senhora, sinal da vitória de Cristo sobre a morte e da esperança que também nos espera.
A primeira leitura nos apresenta Maria como a “mulher vestida de sol”, símbolo da Igreja e da nova humanidade redimida por Cristo. Em meio aos sinais de luta e perseguição, vemos que Deus guarda e protege aquela que gerou o Salvador. Assim também somos lembrados de que nossa vida está sob o cuidado amoroso de Deus, mesmo quando atravessamos provações.
Na segunda leitura, São Paulo proclama que Cristo é o primeiro a ressuscitar e que todos nós, um dia, participaremos desta vitória. Maria já vive hoje o que um dia viveremos: a plenitude da vida em Deus. Ela é a primeira discípula, a mais fiel, aquela que acreditou “mesmo quando a espada lhe atravessou a alma” (cf. Lc 2,35).
O Evangelho nos leva até a casa de Isabel, onde Maria, cheia do Espírito Santo, canta o Magnificat: “A minha alma engrandece o Senhor”. Esse cântico revela a alma de Maria: humilde, agradecida, confiante. Ela nos ensina que a verdadeira grandeza não está no poder ou nas conquistas humanas, mas em reconhecer as maravilhas que Deus realiza na nossa vida.
Hoje, ao contemplarmos Maria elevada ao Céu, somos convidados a renovar nosso amor filial a Ela. Como filhos, queremos dizer: "Mãe, caminha conosco, leva-nos a Jesus, ensina-nos a viver como discípulos fiéis". Maria não é distante, ela está próxima, intercedendo por nós, cuidando de nossas famílias, sustentando-nos nas dificuldades e alegrando-se conosco nas vitórias.
Queridos irmãos, essa festa é também um chamado à esperança. Em um mundo marcado por tantas dores, divisões e inseguranças, Maria nos mostra que a última palavra não é da morte, mas da vida; não é da tristeza, mas da alegria. Ela nos recorda que vale a pena confiar no Senhor, mesmo quando não entendemos todos os caminhos.
Hoje, de modo especial, também celebramos e agradecemos a Deus pelo dom da vida consagrada, masculina e feminina. Nossos religiosos e religiosas são um presente para a Igreja e para o mundo. Pela oração constante, pela vida comunitária, pela entrega total a Deus e ao serviço dos irmãos, eles e elas tornam visível o amor de Cristo. São faróis que iluminam o caminho da fé, sustentam a missão evangelizadora e testemunham que é possível viver para Deus com todo o coração. Rezemos para que nunca faltem vocações e para que os que já vivem esta consagração perseverem com alegria e fidelidade.
Ao celebrarmos a Assunção, renovemos nosso compromisso de viver como Maria:
na humildade, que reconhece que tudo vem de Deus;
na confiança, que se entrega mesmo sem compreender plenamente;
na missão, que leva Jesus aos outros com pressa e alegria.
E que, inspirados por Maria e pelo exemplo de tantos consagrados e consagradas, possamos caminhar como Igreja viva, cheia de esperança, até o dia em que, com todos os santos, participaremos também da glória de Deus.
Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!
Amém.
Queridos irmãos e irmãs,
Estamos reunidos nesta tarde para celebrar dois momentos de grande alegria para nossa comunidade: a Vigília da Assunção de Nossa Senhora e a investidura dos novos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão. Duas graças que se unem e iluminam a nossa vida de fé: a glória de Maria, que nos aponta o destino final que Deus prepara para seus filhos, e o chamado ao serviço humilde e fiel na Igreja, por meio daqueles que hoje assumem o ministério de levar Cristo Eucarístico aos irmãos.
Maria, Mãe, Serva e Sacrário
A Assunção nos recorda que Maria foi a primeira a seguir plenamente os passos de seu Filho, vivendo a fidelidade até o fim e participando já agora da vitória sobre a morte. O Evangelho nos mostra que verdadeira bem-aventurança não está apenas em ter privilégios, mas em “ouvir a Palavra de Deus e colocá-la em prática” (Lc 11,28). Maria é modelo disso: ela escutou, acreditou e viveu o que Deus lhe disse, tornando-se Sacrário vivo do Salvador.
A vitória de Cristo e o chamado ao serviço
Na segunda leitura, São Paulo proclama: “A morte foi tragada pela vitória”. É essa vitória que celebramos hoje e que nos dá esperança. E essa esperança nos move ao serviço. O que celebramos em Maria não é apenas um destino glorioso, mas um caminho de vida: humildade, disponibilidade e entrega total a Deus.
O ministério extraordinário da Sagrada Comunhão
Queridos irmãos e irmãs, hoje nossa comunidade se alegra com a investidura dos novos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão. Vocês estão assumindo uma missão preciosa: levar Jesus Eucarístico aos fiéis durante as celebrações e, de modo especial, aos enfermos e idosos que não podem vir à igreja. Esse serviço é um prolongamento do altar até os lares e hospitais, tornando cada visita um momento de presença real de Cristo.
Maria, que levou Jesus no ventre para a casa de Isabel, é o modelo perfeito para o ministério que vocês hoje recebem. Ela levou a presença do Salvador com pressa, com alegria e com amor. Assim também cada ministro deve ir, não apenas com a hóstia consagrada nas mãos, mas com a fé ardente no coração e a ternura no olhar.
Chamado à comunidade
A todos nós, essa celebração convida a redescobrir a centralidade da Eucaristia na nossa vida. Não existe missão cristã que não brote do altar. Não existe serviço que não se alimente de Cristo. Hoje, peçamos a Nossa Senhora da Assunção que guie nossos novos ministros, proteja suas famílias e mantenha viva neles a chama da fé e do amor à Eucaristia.
Queridos ministros, que cada vez que vocês levarem Jesus aos irmãos, seja como Maria levando Cristo a Isabel: com pressa de amar, com alegria de servir e com humildade de quem sabe que tudo é graça.
Que a Virgem Assunta, Mãe, Serva e Sacrário do Salvador, interceda por todos nós, para que um dia possamos participar da glória que hoje contemplamos nela.
Amém.
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje encerramos a Semana Nacional da Família com grande alegria e gratidão a Deus. É uma alegria que não é apenas emotiva, mas profundamente espiritual, pois estamos diante de um dom precioso: o dom da família. Celebramos no contexto do Ano Jubilar e dos 90 anos da nossa paróquia, o que nos faz reconhecer que somos parte de uma história maior, feita de fé, de testemunhos, de lutas e de vitórias.
A primeira leitura, da Carta de São Paulo aos Efésios, é um hino ao amor conjugal. São Paulo não fala de um amor passageiro ou condicionado, mas de um amor que tem como modelo o próprio Cristo, que "amou a Igreja e se entregou por ela". Esse amor é entrega, é sacrifício, é cuidado.
Para os namorados que estão no início de um caminho, essa Palavra é um convite à construção de um relacionamento sobre alicerces firmes, não apenas na afinidade ou no afeto, mas no compromisso. Para os noivos, é um chamado à preparação consciente e profunda para o matrimônio, cultivando a fé, a oração e o diálogo. Para os recém-casados, é o lembrete de que a união de vocês é chamada a ser um sinal visível do amor de Deus no mundo.
E para os casais que já caminham juntos há muitos anos, essa leitura recorda que o amor maduro se constrói na perseverança, na capacidade de recomeçar todos os dias e na certeza de que o outro é um presente de Deus.
O Evangelho nos traz a parábola das duas casas. Uma construída sobre a rocha, outra sobre a areia. Aqui, Jesus não promete uma vida sem tempestades. Pelo contrário, Ele afirma que as chuvas, ventos e enchentes virão para todos. A diferença está no alicerce. Quando Cristo é a rocha sobre a qual construímos nossa vida, as provações não nos destroem, mas nos fortalecem.
Quantas famílias já passaram ou estão passando por momentos de dor, doença, desemprego ou conflitos? A fé não nos isenta dessas realidades, mas nos dá a força e a sabedoria para enfrentá-las. É como disse o Papa Francisco na Amoris Laetitia: “Nenhuma família é perfeita, mas todas podem crescer com a graça de Deus” (cf. AL 325).
Essa mensagem nos chama a uma esperança realista. Não é uma esperança ingênua que fecha os olhos aos problemas, mas uma esperança firme, que sabe que “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo” (Rm 5,5). É essa presença de Deus que sustenta o matrimônio, renova o diálogo, cura as feridas e faz florescer o amor mesmo em terrenos áridos.
Queridos irmãos, a família cristã é chamada a ser igreja doméstica (cf. LG 11), lugar onde a fé é transmitida, a caridade é vivida e o perdão é praticado. Por isso, cada lar deve ser também um pequeno santuário, onde a oração não é um hábito distante, mas parte da vida cotidiana. Como Maria e José acolheram Jesus em sua casa, assim cada um de nós é chamado a acolher Cristo em sua família.
Vocês que já caminham juntos há muitos anos, sejam luz para as novas gerações, mostrando que vale a pena amar, perdoar e permanecer fiéis. Namorados e noivos, sejam corajosos para ir contra a corrente de uma cultura que banaliza o amor e relativiza o compromisso. Recém-casados, guardem no coração que o amor precisa ser alimentado diariamente, com palavras, gestos e atitudes.
Daqui a pouco, vamos consagrar nossas famílias ao Sagrado Coração de Jesus. Não será apenas um momento bonito, mas um ato profundo de fé: estaremos colocando diante do Senhor cada história, cada alegria e cada lágrima. Estaremos dizendo: "Senhor, queremos que Tu sejas a rocha da nossa casa, o centro do nosso amor, a força da nossa caminhada."
Que essa consagração seja o início de um novo tempo em nossos lares: tempo de diálogo, de paciência, de perdão e de fidelidade. E que, sustentados pelo Coração de Jesus, possamos ser famílias que edificam a sociedade e a Igreja com amor, paz e esperança.
Sagrado Coração de Jesus, nós confiamos em Vós.
Amém.
Queridos irmãos e irmãs,
A Palavra de Deus hoje nos chama à vigilância — não uma espera ansiosa, mas uma presença atenta, um coração desperto para Deus e para o próximo. O Reino de Deus não é algo que virá só no fim dos tempos; ele começa agora, nas pequenas atitudes de amor, de fé e de serviço que vivemos no dia a dia.
A primeira leitura, do Livro da Sabedoria, nos leva à noite da libertação do povo de Israel. Eles estavam prontos, unidos, firmes na fé, esperando o agir de Deus. É uma imagem de confiança e de perseverança, que nos recorda que também nós temos as nossas “noites” — momentos de espera, de silêncio, de luta. E nessas horas, precisamos manter a esperança acesa.
Na segunda leitura, Abraão e Sara são apresentados como modelos de fé. Eles partiram sem saber exatamente para onde iam, mas confiando que Deus guiaria seus passos. É assim também no casamento: no dia do “sim” não se sabe tudo o que a vida vai trazer, mas se sabe que Deus é fiel e que, caminhando juntos, Ele nunca abandona.
O Evangelho nos mostra o servo vigilante, de lâmpada acesa, pronto para receber o Senhor. Esta vigilância não se faz de vez em quando, mas todos os dias — na oração, no cuidado com os outros, no cumprimento das responsabilidades, na fidelidade ao que Deus nos confiou.
Hoje, celebramos os 50 anos de casamento de Rafael e Maria Antonieta. Queridos, vocês são para nós um testemunho concreto dessas leituras. Vocês nos mostram que ser vigilante é amar sempre, não apenas nas alegrias, mas também nas tempestades. É cuidar um do outro com paciência, é perdoar quando preciso, é se alegrar com as vitórias do outro como se fossem próprias.
Me permitam dizer, Rafael e Maria Antonieta: vocês não apenas mantiveram a lâmpada acesa; vocês a alimentaram com o óleo da fé, da oração, da fidelidade e do respeito. E por isso, hoje, celebramos não só um marco de tempo, mas uma história que inspira. Vocês nos ensinam que o matrimônio é caminho de santidade e missão — e que o amor verdadeiro se fortalece quando Deus está no centro.
E hoje, no Dia dos Pais, esta celebração ganha um sentido ainda mais bonito. Rafael, como pai, você é chamado a ser sinal do cuidado amoroso de Deus para sua família. A figura do pai não é apenas de provedor, mas de educador na fé, de presença que dá segurança e transmite valores. Assim como Maria Antonieta é chamada a ser luz e ternura, você é chamado a ser firmeza e direção. E todos os pais aqui presentes são convidados a viver essa missão com coragem e amor.
Querida comunidade, este dia é para todos nós. Para lembrar que a família é a primeira escola de fé, e que pais e mães têm a missão de vigiar sobre os filhos — não apenas para protegê-los de perigos, mas para conduzi-los ao Céu. É no amor, na paciência, no exemplo de vida que se educa para Deus.
Que a Palavra de hoje nos leve a viver vigilantes: casais cuidando um do outro; pais e mães cuidando de seus filhos; filhos respeitando e amando seus pais; todos nós cuidando da fé da comunidade. E que possamos, como Rafael e Maria Antonieta, chegar ao fim da nossa caminhada podendo dizer: “Senhor, tentamos amar como Tu nos amaste”.
Amém.
Meus irmãos e irmãs,
Hoje celebramos com gratidão profunda os 90 anos de criação da nossa amada Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Que bênção estarmos aqui reunidos, neste santuário de fé e vida, para louvar a Deus por tudo o que Ele realizou em nosso meio!
Celebrar 90 anos é muito mais do que comemorar uma data: é reconhecer que o Coração de Jesus foi, é e será o centro de nossa história, nosso refúgio, nossa força. Por isso, o tema desta missa nos fala ao coração: “Coração de Jesus, santuário de esperança e paz”.
Ao longo dessas nove décadas, tantas pessoas passaram por aqui... Cada tijolo desta igreja, cada banco, cada espaço pastoral carrega orações, lágrimas, alegrias, batalhas e vitórias de fé. O Sagrado Coração de Jesus foi, para todos nós, esse santuário onde sempre encontramos esperança quando tudo parecia perdido e paz mesmo em meio às tribulações.
Nos lembramos com carinho dos primeiros moradores do Brooklin que, com fé e sacrifício, construíram os alicerces desta paróquia. Lembramos os padres que por aqui passaram, os religiosos, os leigos, os agentes de pastorais e tantos anônimos que deram o melhor de si por amor a esta comunidade. Vocês são parte viva dessa história santa!
Hoje, o Coração de Jesus continua a pulsar aqui, acolhendo os doentes, abraçando os que sofrem, iluminando os que buscam sentido, reunindo as famílias, educando os jovens, e formando discípulos para o Reino. Quantas vocações nasceram aqui! Quantas missões populares, quantas festas, quantas confissões, quantos batismos, quantas mãos erguidas na fé!
E agora, ao celebrarmos esta grande festa, não olhamos apenas para trás. Olhamos com esperança para o futuro! Somos chamados a renovar nosso sim ao Sagrado Coração, a sermos construtores de uma Igreja viva, missionária, acolhedora e fraterna. Uma Igreja que continua sendo reflexo do Coração de Cristo no Brooklin e além dele.
Que a nossa Paróquia continue sendo um santuário onde cada pessoa encontre sentido para viver, um lar de paz e uma fonte de esperança, especialmente para os mais feridos, para os mais pobres, para os mais afastados.
Encerrando, com gratidão dizemos: Obrigado, Coração de Jesus, por 90 anos de bênçãos! E pedimos: Fazei nosso coração semelhante ao vosso!
Amém.
Amados irmãos e irmãs,
Hoje celebramos com profunda fé a Solenidade de Corpus Christi, o Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta festa é um grito silencioso da Igreja, dizendo ao mundo: Deus está no meio de nós!
A origem desta celebração remonta ao século XIII. O Papa Urbano IV, tocado pela piedade da santa Juliana de Cornillon e pelo milagre de Bolsena, instituiu Corpus Christi como solenidade universal. Desde então, o povo cristão se une em adoração e testemunho, celebrando este mistério central da nossa fé: a presença real de Jesus na Eucaristia — Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
E o que celebramos hoje não é apenas uma doutrina, mas um Deus que se fez alimento. Na Eucaristia, Jesus continua a nos amar com o mesmo amor da cruz. Ele se entrega, se doa, se faz pão — para que nós aprendamos também a nos doar, repartir, amar.
Corpus Christi é o Coração de Jesus pulsando na Hóstia Santa. E como é especial para nós, nesta Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, celebrar esta festa no ano do nosso 90º aniversário! Uma caminhada feita de fé, suor, oração, lágrimas e esperança. Desde a pequena capela construída com esforço em 1927, passando pela dedicação da Matriz em 1956, a Eucaristia sempre foi o centro da nossa história.
Esta igreja viu nascer vocações, viu crianças receberem a Primeira Comunhão, famílias serem reconstruídas, enfermos serem confortados, e tantas almas encontrarem refúgio no Coração de Jesus presente no altar. Durante 90 anos, a Eucaristia foi o pão da nossa perseverança.
Mas hoje, não nos reunimos apenas para recordar: nos reunimos para testemunhar. E faremos isso saindo em procissão, levando o Santíssimo pelas ruas do Brooklin. Esta procissão é mais do que tradição — é profecia e missão. Levamos Jesus aonde Ele quer estar: no meio do povo, nas calçadas, entre os prédios, junto aos que têm fé e também junto aos que talvez nem O conheçam ainda.
A beleza dos tapetes, das flores, dos cantos, não é só ornamento: é sinal do amor de um povo que ainda crê, que ainda adora, que ainda se ajoelha diante do Mistério. Como disse o Papa Bento XVI: "A procissão de Corpus Christi educa-nos a ir ao encontro d’Aquele que vem ao nosso encontro. A Eucaristia nos impulsiona à missão."
E é disso que o mundo mais precisa: católicos que amam a Eucaristia e a transformam em vida concreta.
— O que celebramos no altar deve continuar nas calçadas.
— O Cristo que recebemos deve ser o Cristo que levamos.
— A hóstia que adoramos deve nos transformar em pessoas novas.
Por isso, Corpus Christi nos convida a sermos Eucaristia viva no mundo:
- sermos pão partido na caridade,
- sangue derramado na doação,
- presença real nos lugares de dor e abandono.
E esta é a nossa vocação paroquial: ser uma comunidade eucarística e missionária, com o coração aberto como o de Jesus, para acolher, curar, ensinar e servir. É esse o legado que recebemos, e é esse o testemunho que deixaremos às futuras gerações.
Meus irmãos e irmãs, que neste Corpus Christi, o nosso amor pela Eucaristia cresça. Que não tenhamos apenas adoração litúrgica, mas também adoração existencial: com a vida, com o olhar, com o perdão, com a partilha.
E que a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, aos 90 anos, continue a ser uma casa onde Cristo vive, um altar que envia discípulos, e um coração que pulsa missão.
Louvado seja o Santíssimo Sacramento!
Para sempre seja louvado!
Amém.
Evangelho: Mt 28,16-20
Queridos irmãos e irmãs em Cristo,
Hoje celebramos o grande mistério da nossa fé: um só Deus em três Pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo. Não é uma fórmula abstrata, mas o íntimo de Deus revelado a nós em amor e comunhão.
Jesus, ao enviar os discípulos, diz: “Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
Aqui não temos apenas palavras litúrgicas. Temos a assinatura de Deus na história da salvação. O Pai nos cria por amor, o Filho nos salva por compaixão e o Espírito nos santifica com Sua presença constante. A Trindade é Deus em relação, Deus que se doa, se comunica e se entrega.
No coração da Trindade está a comunhão: três Pessoas, um só Deus. Isso nos ensina que Deus não é solidão, mas família, não é indiferença, mas amor partilhado. Por isso, celebrar a Trindade é um chamado à comunhão verdadeira em nossas comunidades. Não pode haver divisões, invejas ou disputas onde Deus habita. O Espírito do Pai e do Filho nos impulsiona a construir pontes, curar feridas e viver como irmãos.
No contexto dos 90 anos da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, essa festa nos convida a renovar nosso compromisso de sermos imagem viva dessa Trindade Santa: comunidades acolhedoras, pastorais que se respeitam, lideranças que trabalham unidas e corações abertos ao perdão e à escuta.
Pelo batismo, a Trindade habita em nós. Não estamos sozinhos! O Pai nos sustenta, o Filho caminha ao nosso lado e o Espírito nos anima e consola. Esse mistério nos leva a uma espiritualidade profunda: ser templo da Trindade, refletir o amor trinitário nas palavras e atitudes, viver em unidade dentro da diversidade.
E assim como Jesus envia os discípulos, somos também nós enviados: para levar o amor do Pai, o perdão do Filho e a paz do Espírito Santo às famílias do Brooklin e a todos os corações feridos.
Querida comunidade, Que ao celebrarmos a Santíssima Trindade, sejamos imagem viva de Deus-Comunhão, curando feridas, reconstruindo pontes, servindo com alegria. E que o Sagrado Coração de Jesus, reflexo do amor trinitário, continue sendo o centro de nossa vida e missão paroquial.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre.
Amém.
Querida comunidade, irmãos e irmãs no Senhor,
Hoje nosso coração se enche de alegria e fé viva ao celebrarmos Santo Antônio de Pádua, um dos santos mais populares e amados da Igreja. E não é por acaso. Santo Antônio, homem de profunda oração, caridade ardente e pregação apaixonada, continua a ser para nós farol de esperança e modelo de vida evangélica.
Ele nasceu em Lisboa, mas foi em Pádua que brilhou como pregador do Evangelho. Tinha uma inteligência extraordinária, mas o que mais tocava os corações era sua vida coerente com o que pregava. Suas palavras inflamavam não apenas pela eloquência, mas porque vinham de um coração apaixonado por Deus e pelo próximo.
Santo Antônio é conhecido como doutor da Igreja, mas também como “o santo dos pobres” e “o santo dos milagres”. Ele se fez pobre com os pobres, repartiu o pão com os famintos, intercedeu pelos aflitos, e assim se tornou amigo dos que sofrem, defensor das famílias e conselheiro dos namorados. Seu coração era manso e humilde como o de Jesus.
Neste dia abençoado, em que vamos abençoar os pães, queremos recordar um gesto concreto da caridade de Santo Antônio. Os pães abençoados nos lembram que a fé não pode ser separada do amor fraterno. Partilhar o pão, cuidar dos que têm fome — do corpo e da alma — é continuar a missão de Jesus. E Santo Antônio foi discípulo fiel desse amor.
E também vamos abençoar os objetos religiosos, os namorados e as famílias. Que beleza! Porque Santo Antônio não é apenas um milagreiro romântico. Ele é um intercessor poderoso junto de Deus, e seu maior desejo é que cada coração ame a Deus com intensidade. Ele rezava: “Senhor, fazei-me instrumento de vosso amor, para que eu ame como vós amais.”
Aos namorados, ele ensina a buscar relacionamentos alicerçados na fé, no respeito e na verdade. Às famílias, Santo Antônio lembra que o lar deve ser igreja doméstica, onde se reza, se ama, se partilha. E a toda a comunidade, ele inspira a viver com coragem o Evangelho, anunciando com palavras e com ações o Reino de Deus.
Queridos irmãos e irmãs, que o nosso amor por Santo Antônio não fique apenas nas flores, nas promessas ou nos pães. Que seja compromisso! Compromisso com a oração fiel, com a escuta da Palavra, com a caridade concreta e com a esperança viva. Que sua intercessão inflame o nosso coração no amor a Deus, e nos ajude a sermos testemunhas do Evangelho aqui e agora, como ele foi.
Santo Antônio, amigo de Deus e dos pobres, rogai por nós!
Amém.
“Vinde, Espírito Santo, renovai a nossa casa e o nosso coração”
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje é Pentecostes, a grande festa da vida, da unidade e da missão da Igreja. É o dia em que o Espírito Santo desceu com poder e fogo, transformando homens medrosos em testemunhas corajosas. A promessa de Jesus se cumpriu: “Recebereis o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas” (At 1,8).
A cena do Cenáculo, com Maria no centro, é também imagem da nossa comunidade hoje: reunidos em oração, sedentos de sentido, desejosos de coragem, esperança e paz. Pentecostes não é apenas memória; é acontecimento presente. O Espírito continua a ser derramado sobre todos os que abrem o coração com fé.
No Evangelho, Jesus sopra sobre os discípulos e diz: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22). Esse sopro é o sopro criador de Gênesis, é o alento novo da ressurreição, é a força que renova todas as coisas. Quando deixamos o Espírito agir, a vida muda: o medo vira coragem, a divisão vira comunhão, a apatia vira missão.
Na nossa comunidade do Sagrado Coração de Jesus, o Espírito age nos encontros, nos pequenos gestos de perdão, nos grupos de oração, nas visitas missionárias, na acolhida das famílias novas, nas casas e apartamentos que se abrem para receber a Bandeira Peregrina do Sagrado Coração de Jesus, no sorriso dos jovens e na sabedoria dos idosos. É Ele quem faz de nós uma só família, um só corpo em Cristo.
O Catecismo da Igreja nos ensina que o Espírito é “o princípio de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma das partes do Corpo” (CIC 798). Em outras palavras: sem o Espírito, somos apenas estruturas, paredes, salas e templo; com Ele, somos Igreja viva, pulsante, apaixonada por Cristo.
Por isso, irmãos e irmãs, Pentecostes é um convite a renovar a nossa vida comunitária, deixando-nos transformar pela ação do Espírito:
– Que nossa casa de oração, nossa comunidade seja cenáculo e campo de missão.
– Que os dons que o Espírito distribui sejam acolhidos com gratidão e colocados a serviço do bem comum.
– Que ninguém se sinta inútil, e ninguém se considere superior.
– Que sejamos uma comunidade de irmãos que se perdoam, que se apoiam, que anunciam juntos o Evangelho da vida.
Oração final – Invocação do Espírito Santo
Senhor Jesus,
Tu nos prometeste o Espírito Santo, e nós cremos que Ele está aqui.
Hoje, como Igreja reunida, te suplicamos com toda alma:
Vinde, Espírito Santo!
Vinde com vossa luz e dissipai as trevas do nosso egoísmo, das intrigas e do desânimo.
Vinde com vossa paz e acalmai os corações agitados, divididos, feridos.
Vinde com vossa força e levantai os cansados, os esquecidos, os que perderam o rumo.
Soprai sobre nós vosso hálito de vida!
Fazei da nossa comunidade do Sagrado Coração de Jesus um lar de irmãos, uma escola do Evangelho, um templo vivo da misericórdia do Pai.
Fazei arder os corações com fogo de caridade, com sede de justiça, com fome de Palavra.
Fazei-nos discípulos apaixonados e missionários incansáveis!
Vinde, Espírito da verdade e da paz,
Espírito da escuta e da reconciliação,
Espírito de alegria e esperança,
Espírito de Pentecostes!
Renovai esta paróquia, renovai nossas famílias, renovai a Igreja!
Amém. Aleluia!
Evangelho (Jo 7,37-39): ‘Se alguém tem sede, venha a mim e beba’.
Queridos irmãos e irmãs,
Estamos reunidos nesta noite santa, véspera de Pentecostes, como a comunidade primitiva: em oração, em silêncio, com o coração aberto. Como os apóstolos e Maria, estamos no Cenáculo, esperando o cumprimento da promessa de Jesus: “Vós sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias” (At 1,5).
O Espírito Santo que nos é prometido é a alma da Igreja. Como diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC 731): “No dia de Pentecostes, (o Espírito Santo) é manifestado, dado e comunicado como Pessoa divina: da sua plenitude, Cristo, Senhor, derrama o Espírito em abundância.”
Na leitura de Ezequiel, Deus diz: “Eis que abrirei os vossos túmulos, e vos farei sair deles, ó meu povo, e vos conduzirei à terra de Israel” (Ez 37,12). O Espírito é aquele que faz reviver os que estavam secos, vazios, disperses, desanimados, aflitos, enfermos, cansados, distantes.
A promessa de Joel ecoa fortemente em nosso coração: “Derramarei o meu Espírito sobre toda carne” (Jl 3,1). Não é um dom para alguns apenas, mas para toda a Igreja! Para jovens e idosos, para homens e mulheres, para livres e servos, santos e pecadores como nós.
O Evangelho de hoje nos apresenta Jesus dizendo: “Quem tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, do seu interior jorrarão rios de água viva” (Jo 7,37-38). O Espírito é essa água viva que sacia a alma sedenta e renova todas as coisas.
Nesta noite de vigília, somos convidados a reviver os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus (cf. Is 11,2–3; CIC 1831). Esses dons são forças que nos capacitam para a missão, em especial na vida comunitária.
Querida comunidade do Sagrado Coração de Jesus, nesta vigília, permaneçamos com Maria, modelo da Igreja orante, templo do Espírito Santo. Ela nos ensina a esperar e acolher a ação divina com fé e docilidade.
Maria de Pentecostes está no coração da nossa paróquia! Sua presença é discreta, mas poderosa. Ela intercede por nós, anima os nossos trabalhos pastorais e missionários, visita os lares com a Mãe Peregrina, caminha conosco nas missões populares e forma, com o Espírito Santo, os verdadeiros discípulos de Cristo.
Deixemo-nos renovar por sua presença. Com ela, somos conduzidos ao Cenáculo e ao Coração de Jesus. Que Maria reavive em cada agente de pastoral, em cada família, em cada batizado, o ardor de Pentecostes: uma fé viva, uma caridade ativa e um espírito missionário incansável.
Com Maria, digamos juntos: “Senhor, envia teu Espírito e renova a face da nossa paróquia!”
Que esta vigília reacenda o nosso fervor missionário, desperte os carismas adormecidos e prepare o nosso coração para celebrar com alegria o Pentecostes.
“Vinde, Espírito Santo! Renovai a face da terra. E começai por nós.”