Meus irmãos e irmãs,
Hoje celebramos com gratidão profunda os 90 anos de criação da nossa amada Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Que bênção estarmos aqui reunidos, neste santuário de fé e vida, para louvar a Deus por tudo o que Ele realizou em nosso meio!
Celebrar 90 anos é muito mais do que comemorar uma data: é reconhecer que o Coração de Jesus foi, é e será o centro de nossa história, nosso refúgio, nossa força. Por isso, o tema desta missa nos fala ao coração: “Coração de Jesus, santuário de esperança e paz”.
Ao longo dessas nove décadas, tantas pessoas passaram por aqui... Cada tijolo desta igreja, cada banco, cada espaço pastoral carrega orações, lágrimas, alegrias, batalhas e vitórias de fé. O Sagrado Coração de Jesus foi, para todos nós, esse santuário onde sempre encontramos esperança quando tudo parecia perdido e paz mesmo em meio às tribulações.
Nos lembramos com carinho dos primeiros moradores do Brooklin que, com fé e sacrifício, construíram os alicerces desta paróquia. Lembramos os padres que por aqui passaram, os religiosos, os leigos, os agentes de pastorais e tantos anônimos que deram o melhor de si por amor a esta comunidade. Vocês são parte viva dessa história santa!
Hoje, o Coração de Jesus continua a pulsar aqui, acolhendo os doentes, abraçando os que sofrem, iluminando os que buscam sentido, reunindo as famílias, educando os jovens, e formando discípulos para o Reino. Quantas vocações nasceram aqui! Quantas missões populares, quantas festas, quantas confissões, quantos batismos, quantas mãos erguidas na fé!
E agora, ao celebrarmos esta grande festa, não olhamos apenas para trás. Olhamos com esperança para o futuro! Somos chamados a renovar nosso sim ao Sagrado Coração, a sermos construtores de uma Igreja viva, missionária, acolhedora e fraterna. Uma Igreja que continua sendo reflexo do Coração de Cristo no Brooklin e além dele.
Que a nossa Paróquia continue sendo um santuário onde cada pessoa encontre sentido para viver, um lar de paz e uma fonte de esperança, especialmente para os mais feridos, para os mais pobres, para os mais afastados.
Encerrando, com gratidão dizemos: Obrigado, Coração de Jesus, por 90 anos de bênçãos! E pedimos: Fazei nosso coração semelhante ao vosso!
Amém.
Amados irmãos e irmãs,
Hoje celebramos com profunda fé a Solenidade de Corpus Christi, o Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta festa é um grito silencioso da Igreja, dizendo ao mundo: Deus está no meio de nós!
A origem desta celebração remonta ao século XIII. O Papa Urbano IV, tocado pela piedade da santa Juliana de Cornillon e pelo milagre de Bolsena, instituiu Corpus Christi como solenidade universal. Desde então, o povo cristão se une em adoração e testemunho, celebrando este mistério central da nossa fé: a presença real de Jesus na Eucaristia — Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
E o que celebramos hoje não é apenas uma doutrina, mas um Deus que se fez alimento. Na Eucaristia, Jesus continua a nos amar com o mesmo amor da cruz. Ele se entrega, se doa, se faz pão — para que nós aprendamos também a nos doar, repartir, amar.
Corpus Christi é o Coração de Jesus pulsando na Hóstia Santa. E como é especial para nós, nesta Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, celebrar esta festa no ano do nosso 90º aniversário! Uma caminhada feita de fé, suor, oração, lágrimas e esperança. Desde a pequena capela construída com esforço em 1927, passando pela dedicação da Matriz em 1956, a Eucaristia sempre foi o centro da nossa história.
Esta igreja viu nascer vocações, viu crianças receberem a Primeira Comunhão, famílias serem reconstruídas, enfermos serem confortados, e tantas almas encontrarem refúgio no Coração de Jesus presente no altar. Durante 90 anos, a Eucaristia foi o pão da nossa perseverança.
Mas hoje, não nos reunimos apenas para recordar: nos reunimos para testemunhar. E faremos isso saindo em procissão, levando o Santíssimo pelas ruas do Brooklin. Esta procissão é mais do que tradição — é profecia e missão. Levamos Jesus aonde Ele quer estar: no meio do povo, nas calçadas, entre os prédios, junto aos que têm fé e também junto aos que talvez nem O conheçam ainda.
A beleza dos tapetes, das flores, dos cantos, não é só ornamento: é sinal do amor de um povo que ainda crê, que ainda adora, que ainda se ajoelha diante do Mistério. Como disse o Papa Bento XVI: "A procissão de Corpus Christi educa-nos a ir ao encontro d’Aquele que vem ao nosso encontro. A Eucaristia nos impulsiona à missão."
E é disso que o mundo mais precisa: católicos que amam a Eucaristia e a transformam em vida concreta.
— O que celebramos no altar deve continuar nas calçadas.
— O Cristo que recebemos deve ser o Cristo que levamos.
— A hóstia que adoramos deve nos transformar em pessoas novas.
Por isso, Corpus Christi nos convida a sermos Eucaristia viva no mundo:
- sermos pão partido na caridade,
- sangue derramado na doação,
- presença real nos lugares de dor e abandono.
E esta é a nossa vocação paroquial: ser uma comunidade eucarística e missionária, com o coração aberto como o de Jesus, para acolher, curar, ensinar e servir. É esse o legado que recebemos, e é esse o testemunho que deixaremos às futuras gerações.
Meus irmãos e irmãs, que neste Corpus Christi, o nosso amor pela Eucaristia cresça. Que não tenhamos apenas adoração litúrgica, mas também adoração existencial: com a vida, com o olhar, com o perdão, com a partilha.
E que a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, aos 90 anos, continue a ser uma casa onde Cristo vive, um altar que envia discípulos, e um coração que pulsa missão.
Louvado seja o Santíssimo Sacramento!
Para sempre seja louvado!
Amém.
Evangelho: Mt 28,16-20
Queridos irmãos e irmãs em Cristo,
Hoje celebramos o grande mistério da nossa fé: um só Deus em três Pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo. Não é uma fórmula abstrata, mas o íntimo de Deus revelado a nós em amor e comunhão.
Jesus, ao enviar os discípulos, diz: “Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
Aqui não temos apenas palavras litúrgicas. Temos a assinatura de Deus na história da salvação. O Pai nos cria por amor, o Filho nos salva por compaixão e o Espírito nos santifica com Sua presença constante. A Trindade é Deus em relação, Deus que se doa, se comunica e se entrega.
No coração da Trindade está a comunhão: três Pessoas, um só Deus. Isso nos ensina que Deus não é solidão, mas família, não é indiferença, mas amor partilhado. Por isso, celebrar a Trindade é um chamado à comunhão verdadeira em nossas comunidades. Não pode haver divisões, invejas ou disputas onde Deus habita. O Espírito do Pai e do Filho nos impulsiona a construir pontes, curar feridas e viver como irmãos.
No contexto dos 90 anos da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, essa festa nos convida a renovar nosso compromisso de sermos imagem viva dessa Trindade Santa: comunidades acolhedoras, pastorais que se respeitam, lideranças que trabalham unidas e corações abertos ao perdão e à escuta.
Pelo batismo, a Trindade habita em nós. Não estamos sozinhos! O Pai nos sustenta, o Filho caminha ao nosso lado e o Espírito nos anima e consola. Esse mistério nos leva a uma espiritualidade profunda: ser templo da Trindade, refletir o amor trinitário nas palavras e atitudes, viver em unidade dentro da diversidade.
E assim como Jesus envia os discípulos, somos também nós enviados: para levar o amor do Pai, o perdão do Filho e a paz do Espírito Santo às famílias do Brooklin e a todos os corações feridos.
Querida comunidade, Que ao celebrarmos a Santíssima Trindade, sejamos imagem viva de Deus-Comunhão, curando feridas, reconstruindo pontes, servindo com alegria. E que o Sagrado Coração de Jesus, reflexo do amor trinitário, continue sendo o centro de nossa vida e missão paroquial.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre.
Amém.
Querida comunidade, irmãos e irmãs no Senhor,
Hoje nosso coração se enche de alegria e fé viva ao celebrarmos Santo Antônio de Pádua, um dos santos mais populares e amados da Igreja. E não é por acaso. Santo Antônio, homem de profunda oração, caridade ardente e pregação apaixonada, continua a ser para nós farol de esperança e modelo de vida evangélica.
Ele nasceu em Lisboa, mas foi em Pádua que brilhou como pregador do Evangelho. Tinha uma inteligência extraordinária, mas o que mais tocava os corações era sua vida coerente com o que pregava. Suas palavras inflamavam não apenas pela eloquência, mas porque vinham de um coração apaixonado por Deus e pelo próximo.
Santo Antônio é conhecido como doutor da Igreja, mas também como “o santo dos pobres” e “o santo dos milagres”. Ele se fez pobre com os pobres, repartiu o pão com os famintos, intercedeu pelos aflitos, e assim se tornou amigo dos que sofrem, defensor das famílias e conselheiro dos namorados. Seu coração era manso e humilde como o de Jesus.
Neste dia abençoado, em que vamos abençoar os pães, queremos recordar um gesto concreto da caridade de Santo Antônio. Os pães abençoados nos lembram que a fé não pode ser separada do amor fraterno. Partilhar o pão, cuidar dos que têm fome — do corpo e da alma — é continuar a missão de Jesus. E Santo Antônio foi discípulo fiel desse amor.
E também vamos abençoar os objetos religiosos, os namorados e as famílias. Que beleza! Porque Santo Antônio não é apenas um milagreiro romântico. Ele é um intercessor poderoso junto de Deus, e seu maior desejo é que cada coração ame a Deus com intensidade. Ele rezava: “Senhor, fazei-me instrumento de vosso amor, para que eu ame como vós amais.”
Aos namorados, ele ensina a buscar relacionamentos alicerçados na fé, no respeito e na verdade. Às famílias, Santo Antônio lembra que o lar deve ser igreja doméstica, onde se reza, se ama, se partilha. E a toda a comunidade, ele inspira a viver com coragem o Evangelho, anunciando com palavras e com ações o Reino de Deus.
Queridos irmãos e irmãs, que o nosso amor por Santo Antônio não fique apenas nas flores, nas promessas ou nos pães. Que seja compromisso! Compromisso com a oração fiel, com a escuta da Palavra, com a caridade concreta e com a esperança viva. Que sua intercessão inflame o nosso coração no amor a Deus, e nos ajude a sermos testemunhas do Evangelho aqui e agora, como ele foi.
Santo Antônio, amigo de Deus e dos pobres, rogai por nós!
Amém.
“Vinde, Espírito Santo, renovai a nossa casa e o nosso coração”
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje é Pentecostes, a grande festa da vida, da unidade e da missão da Igreja. É o dia em que o Espírito Santo desceu com poder e fogo, transformando homens medrosos em testemunhas corajosas. A promessa de Jesus se cumpriu: “Recebereis o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas” (At 1,8).
A cena do Cenáculo, com Maria no centro, é também imagem da nossa comunidade hoje: reunidos em oração, sedentos de sentido, desejosos de coragem, esperança e paz. Pentecostes não é apenas memória; é acontecimento presente. O Espírito continua a ser derramado sobre todos os que abrem o coração com fé.
No Evangelho, Jesus sopra sobre os discípulos e diz: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22). Esse sopro é o sopro criador de Gênesis, é o alento novo da ressurreição, é a força que renova todas as coisas. Quando deixamos o Espírito agir, a vida muda: o medo vira coragem, a divisão vira comunhão, a apatia vira missão.
Na nossa comunidade do Sagrado Coração de Jesus, o Espírito age nos encontros, nos pequenos gestos de perdão, nos grupos de oração, nas visitas missionárias, na acolhida das famílias novas, nas casas e apartamentos que se abrem para receber a Bandeira Peregrina do Sagrado Coração de Jesus, no sorriso dos jovens e na sabedoria dos idosos. É Ele quem faz de nós uma só família, um só corpo em Cristo.
O Catecismo da Igreja nos ensina que o Espírito é “o princípio de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma das partes do Corpo” (CIC 798). Em outras palavras: sem o Espírito, somos apenas estruturas, paredes, salas e templo; com Ele, somos Igreja viva, pulsante, apaixonada por Cristo.
Por isso, irmãos e irmãs, Pentecostes é um convite a renovar a nossa vida comunitária, deixando-nos transformar pela ação do Espírito:
– Que nossa casa de oração, nossa comunidade seja cenáculo e campo de missão.
– Que os dons que o Espírito distribui sejam acolhidos com gratidão e colocados a serviço do bem comum.
– Que ninguém se sinta inútil, e ninguém se considere superior.
– Que sejamos uma comunidade de irmãos que se perdoam, que se apoiam, que anunciam juntos o Evangelho da vida.
Oração final – Invocação do Espírito Santo
Senhor Jesus,
Tu nos prometeste o Espírito Santo, e nós cremos que Ele está aqui.
Hoje, como Igreja reunida, te suplicamos com toda alma:
Vinde, Espírito Santo!
Vinde com vossa luz e dissipai as trevas do nosso egoísmo, das intrigas e do desânimo.
Vinde com vossa paz e acalmai os corações agitados, divididos, feridos.
Vinde com vossa força e levantai os cansados, os esquecidos, os que perderam o rumo.
Soprai sobre nós vosso hálito de vida!
Fazei da nossa comunidade do Sagrado Coração de Jesus um lar de irmãos, uma escola do Evangelho, um templo vivo da misericórdia do Pai.
Fazei arder os corações com fogo de caridade, com sede de justiça, com fome de Palavra.
Fazei-nos discípulos apaixonados e missionários incansáveis!
Vinde, Espírito da verdade e da paz,
Espírito da escuta e da reconciliação,
Espírito de alegria e esperança,
Espírito de Pentecostes!
Renovai esta paróquia, renovai nossas famílias, renovai a Igreja!
Amém. Aleluia!
Evangelho (Jo 7,37-39): ‘Se alguém tem sede, venha a mim e beba’.
Queridos irmãos e irmãs,
Estamos reunidos nesta noite santa, véspera de Pentecostes, como a comunidade primitiva: em oração, em silêncio, com o coração aberto. Como os apóstolos e Maria, estamos no Cenáculo, esperando o cumprimento da promessa de Jesus: “Vós sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias” (At 1,5).
O Espírito Santo que nos é prometido é a alma da Igreja. Como diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC 731): “No dia de Pentecostes, (o Espírito Santo) é manifestado, dado e comunicado como Pessoa divina: da sua plenitude, Cristo, Senhor, derrama o Espírito em abundância.”
Na leitura de Ezequiel, Deus diz: “Eis que abrirei os vossos túmulos, e vos farei sair deles, ó meu povo, e vos conduzirei à terra de Israel” (Ez 37,12). O Espírito é aquele que faz reviver os que estavam secos, vazios, disperses, desanimados, aflitos, enfermos, cansados, distantes.
A promessa de Joel ecoa fortemente em nosso coração: “Derramarei o meu Espírito sobre toda carne” (Jl 3,1). Não é um dom para alguns apenas, mas para toda a Igreja! Para jovens e idosos, para homens e mulheres, para livres e servos, santos e pecadores como nós.
O Evangelho de hoje nos apresenta Jesus dizendo: “Quem tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, do seu interior jorrarão rios de água viva” (Jo 7,37-38). O Espírito é essa água viva que sacia a alma sedenta e renova todas as coisas.
Nesta noite de vigília, somos convidados a reviver os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus (cf. Is 11,2–3; CIC 1831). Esses dons são forças que nos capacitam para a missão, em especial na vida comunitária.
Querida comunidade do Sagrado Coração de Jesus, nesta vigília, permaneçamos com Maria, modelo da Igreja orante, templo do Espírito Santo. Ela nos ensina a esperar e acolher a ação divina com fé e docilidade.
Maria de Pentecostes está no coração da nossa paróquia! Sua presença é discreta, mas poderosa. Ela intercede por nós, anima os nossos trabalhos pastorais e missionários, visita os lares com a Mãe Peregrina, caminha conosco nas missões populares e forma, com o Espírito Santo, os verdadeiros discípulos de Cristo.
Deixemo-nos renovar por sua presença. Com ela, somos conduzidos ao Cenáculo e ao Coração de Jesus. Que Maria reavive em cada agente de pastoral, em cada família, em cada batizado, o ardor de Pentecostes: uma fé viva, uma caridade ativa e um espírito missionário incansável.
Com Maria, digamos juntos: “Senhor, envia teu Espírito e renova a face da nossa paróquia!”
Que esta vigília reacenda o nosso fervor missionário, desperte os carismas adormecidos e prepare o nosso coração para celebrar com alegria o Pentecostes.
“Vinde, Espírito Santo! Renovai a face da terra. E começai por nós.”