Queridos irmãos e irmãs,
hoje celebramos um dos dias mais profundos e cheios de ternura do nosso calendário litúrgico: o Dia de Finados. É o dia em que unimos a fé e a saudade, a memória e a esperança. Recordamos com amor os nossos falecidos, mas também reafirmamos que a última palavra da vida não é a morte, é a ressurreição
O Evangelho que ouvimos (Lc 7,11-17) nos apresenta Jesus encontrando uma mãe enlutada, que seguia o cortejo do seu filho único. Diante daquela dor, o texto diz: “O Senhor sentiu compaixão e disse: não chores.” Esta é a expressão mais bela do coração de Deus: um Deus que sente, que se comove, que se aproxima. Jesus não é um observador distante da dor humana; Ele se deixa tocar, Ele chora conosco, e ao mesmo tempo nos levanta e diz: “Não chores”.
O gesto de Jesus ao tocar o esquife e devolver a vida ao jovem de Naim anuncia a vitória da vida sobre a morte. Esse milagre é um sinal: nele já resplandece a Ressurreição. Em Cristo, a morte perdeu o seu poder. E cada lágrima que derramamos por amor será transformada, um dia, em alegria eterna diante de Deus.
As leituras desta celebração falam dessa esperança. O Livro da Sabedoria recorda que “as almas dos justos estão nas mãos de Deus”. E o Apocalipse nos faz ver um novo céu e uma nova terra, onde “Deus enxugará toda lágrima dos olhos”. A fé na ressurreição não é uma ilusão piedosa: é a promessa mais séria e mais verdadeira de Cristo. Ele nos garante: “Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.”
Queridos irmãos, o Dia de Finados não é o dia do fim, mas o dia da esperança. Não celebramos a ausência, mas a presença de Deus que acolheu nossos entes queridos.
Eles não desapareceram — eles vivem em Deus e permanecem unidos a nós no amor. Aqui, no altar do Sagrado Coração de Jesus, cada nome, cada lembrança, cada lágrima oferecida torna-se oração.
E esta celebração é também um chamado: enquanto estamos a caminho, sejamos pessoas da compaixão, do perdão e da ternura. Amemos mais. Reconciliemo-nos mais depressa. Sirvamos com alegria. Porque, no fim, só o amor atravessa a eternidade.
Hoje, o Senhor nos diz novamente: “Não chores.” Não porque Ele queira que neguemos a dor, mas porque Ele mesmo já venceu a morte e caminha conosco. O Coração de Jesus — manso, compassivo e ressuscitado — é o nosso consolo e a nossa esperança.
ORAÇÃO FINAL DE CONSOLAÇÃO: (no telão)
Senhor Jesus,
que chorastes diante do túmulo de Lázaro e enxugastes as lágrimas da viúva de Naim,
olhai com compaixão para as famílias que hoje choram seus entesqueridos.
Acolhei em vosso Sagrado Coração os que partiram desta vida,
e concedei-nos a graça de viver com fé e esperança,
até que chegue o dia em que todos, reunidos em VossoReino,possamos cantar eternamente a vitória da vida.
Senhor da Vida, concedei-nos a esperança da feliz ressurreição!
Sagrado Coração de Jesus, eu confio em Vós! (3X)
Queridos irmãos e irmãs,
celebramos hoje uma das festas mais bonitas da Igreja: a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus. É a festa da esperança, da meta que todos nós desejamos alcançar — a comunhão plena com Deus, o Céu. Mas também é a festa da vocação de cada batizado, porque todos somos chamados à santidade, cada um no seu caminho, na sua história, no seu modo de amar e servir.
As leituras de hoje nos colocam diante de uma verdade luminosa: há uma multidão incontável de pessoas simples, anônimas, que viveram no silêncio e na fidelidade, mas que hoje estão diante de Deus. Muitos deles foram como nós — pais, mães, trabalhadores, catequistas, ministros, músicos, visitadores, missionários, gente que amou e serviu com humildade. A santidade não é algo distante, é o rosto belo da vida vivida com amor, mesmo em meio às lutas e limitações.
O Evangelho das Bem-aventuranças nos ensina o caminho. Jesus proclama felizes os pobres em espírito, os mansos, os misericordiosos, os que promovem a paz… Em outras palavras, felizes os que têm um coração semelhante ao de Jesus. Nossa Comunidade tem o privilégio de ter o seu padroeiro o Sagrado Coração de Jesus, nosso caminho e o seu abraço de santidade. Amem o Sagrado Coração.
Ser santo não é ser perfeito, mas é deixar-se moldar por Deus todos os dias; é aprender a amar como Ele ama. A santidade é construída nas pequenas fidelidades — na paciência com o outro, no perdão difícil, na solidariedade concreta, na escuta atenta de quem sofre.
Aqui em nossa paróquia do Sagrado Coração de Jesus, esta festa tem um brilho especial.
Cada pastoral tem o seu santo padroeiro, que inspira e protege a missão de cada grupo: os que evangelizam com a palavra, os que servem no altar, os que cantam, acolhem, visitam, organizam, cuidam, rezam, ajudam. Cada pastoral é um pequeno “canteiro de santidade”, um espaço onde o amor de Deus se torna visível.
Hoje, ao trazermos as imagens dos santos padroeiros, recordamos que a Igreja é uma grande família: no céu, no purgatório e aqui na terra — todos unidos na mesma fé, na mesma missão e no mesmo amor.
Queridos irmãos, a santidade é possível. E ela começa dentro de casa, na paróquia, no trabalho, na escola, na convivência com os outros. Quando vivemos as bem-aventuranças, a comunidade se torna um espelho do Reino de Deus. O Sagrado Coração de Jesus é a fonte dessa santidade: um coração que ama sem medidas, perdoa sem limites e acolhe a todos com ternura.
Que esta Eucaristia renove em nós o desejo de sermos santos de calça jeans, de avental, de microfone ou de vassoura na mão — santos que vivem o Evangelho em cada gesto simples, como um sorriso, um abraço, um carinho.
E que os nossos santos padroeiros intercedam para que esta paróquia continue sendo uma comunidade viva, acolhedora e missionária, onde todos se ajudam a caminhar rumo ao Céu.
Todos os Santos e Santas de Deus, rogai por nós!
Sagrado Coração de Jesus, tornai nosso coração semelhante ao Vosso!
Queridos irmãos e irmãs,
A Palavra de Deus deste domingo é um espelho para nossa alma. No Evangelho (Lc 18,9-14), Jesus nos mostra dois homens que sobem ao templo para rezar: o fariseu, que se exalta, e o publicano, que se humilha. O fariseu fala de si, exibe suas virtudes, compara-se aos outros. O publicano, lá no fundo, de cabeça baixa, só diz: “Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.”
E Jesus declara: “Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, e não o outro. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será exaltado.”
O fariseu reza para si mesmo; o publicano fala com Deus. Um confia em suas obras; o outro confia na misericórdia. Um se exalta; o outro se entrega.
A diferença está no coração. O orgulho fecha a porta da graça; a humildade abre espaço para o perdão. Deus não se impressiona com palavras bonitas, mas se comove com um coração sincero.
Na segunda leitura, São Paulo, já no fim da vida, escreve a Timóteo com serenidade e fé: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.” E ele acrescenta: “O Senhor esteve ao meu lado e me deu forças, para que a mensagem fosse anunciada por mim e ouvida por todas as nações.”
Aqui está a verdadeira exaltação: não a glória humana, mas a glória de quem viveu fielmente. Paulo não se gaba de vitórias; ele se alegra por ter permanecido fiel. Ele reconhece que tudo o que fez foi pela graça de Deus. O mesmo Deus que justifica o publicano é o que sustenta Paulo na prisão, dando-lhe coragem e esperança até o fim.
Vivemos tempos em que muitos se exaltam e poucos se reconhecem pequenos. Há competição, vaidade, julgamentos e feridas no coração. Mas o Evangelho nos chama ao essencial: a humildade que cura e a fé que sustenta.
O fariseu sobe o templo cheio de si e desce vazio de Deus. O publicano sobe o templo vazio de si e desce cheio de Deus. E nós, como temos subido e descido da nossa oração?
Humildade é viver na verdade diante de Deus — reconhecer nossas fragilidades, pedir perdão, e recomeçar com o coração renovado. Quem se humilha diante de Deus, não será humilhado pelos homens. Quem confia na misericórdia, encontra força para vencer o mal, perdoar, e amar novamente.
❤️ PROPOSTAS CONCRETAS PARA A SEMANA:
1. Rezar com humildade: falar menos, escutar mais — deixar Deus agir no silêncio do coração.
2. Viver a misericórdia: perdoar alguém, reconciliar-se, dar um passo em direção à paz.
3. Praticar a gratidão: reconhecer cada bênção, mesmo nas pequenas coisas do dia.
4. Servir com alegria: fazer o bem sem buscar reconhecimento — o Coração de Jesus vê o escondido.
O Senhor exalta os humildes e derruba os orgulhosos. Se quisermos ser grandes, aprendamos a nos ajoelhar. Se quisermos vencer, aprendamos a servir. Se quisermos ser livres, aprendamos a amar.
Que o Sagrado Coração de Jesus nos ensine a humildade do publicano e a fidelidade de São Paulo, para que também nós possamos dizer um dia: “Combati o bom combate, guardei a fé.”
Sagrado Coração de Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso!
Queridos irmãos e irmãs,
hoje, neste 29º Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus nos convida a perseverar na oração e a viver nossa missão com esperança. Jesus conta a parábola da viúva insistente — uma mulher simples, mas firme, que não desiste de clamar por justiça. Essa viúva representa todos nós, quando, em meio às lutas da vida, aprendemos a não perder a fé, a não cansar de confiar em Deus.
O Evangelho nos ensina que rezar é insistir com o coração, mesmo quando as respostas demoram. O Senhor não se esquece de quem O procura com fé. Às vezes, parece que Deus se cala, mas é nesse silêncio que Ele trabalha em nós — fortalecendo a fé, purificando o coração, e nos preparando para receber algo ainda maior. Como nos lembra o Papa Francisco, “a oração é o respiro da alma missionária; sem oração, não há missão que resista”.
Hoje também celebramos o Dia Mundial das Missões. Cada batizado é um missionário, chamado a ser testemunha da esperança que não decepciona (Rm 5,5). Ser missionário não significa apenas viajar para terras distantes, mas levar o Evangelho com gestos de amor no cotidiano — na casa, no trabalho, na comunidade, na rua onde moramos. Nossa missão começa no coração: quando o coração é de Cristo, a vida inteira se torna missionária.
A missão exige perseverança — assim como a oração. E é por isso que a Igreja nos pede neste dia a coleta missionária, para ajudar tantos irmãos e irmãs que, em todos os continentes, anunciam o Evangelho, muitas vezes em meio a guerras, pobreza e perseguições. Eles são o rosto corajoso da esperança cristã no mundo. Que também nós sejamos missionários generosos, com nossa oração, nosso testemunho e nossa contribuição concreta.
Nesta celebração das 18 horas, unimos nossa oração especialmente à família que hoje recorda o sétimo dia de falecimento de seu ente querido.
Queridos familiares, amigos e irmãos, saibam que a morte não tem a última palavra. Jesus Cristo venceu a morte, e por isso, a dor da separação se transforma, aos poucos, em saudade cheia de fé. Como nos diz o próprio Senhor: “Eu sou a Ressurreição e a Vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11,25).
A comunidade do Sagrado Coração de Jesus acolhe cada um de vocês com carinho e oração. Que esta Eucaristia seja consolo, esperança e certeza de que o amor que uniu esta família continua vivo em Deus.
A vida não se apaga — ela apenas muda de forma. Quem partiu agora contempla, na luz eterna, o rosto do Pai, e de lá intercede por aqueles que ainda caminham nesta terra.
Queridos irmãos e irmãs, perseveremos na fé, rezemos sem desanimar, e vivamos nossa missão com alegria.
O mundo precisa de corações orantes e mãos missionárias.
E quando a vida parecer difícil, lembremo-nos: o Senhor é justo, fiel e não nos abandona.
Do Senhor é que me vem o meu socorro, do Senhor que fez o céu e a terra.
Amém.
Queridos irmãos e irmãs,
O Evangelho deste dia é breve, mas profundamente revelador.
Enquanto Jesus falava ao povo, uma mulher Lhe disse:
“Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram.”
Mas Jesus respondeu:
“Muito mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática.” (Lc 11,27-28)
Com essas palavras, o Senhor nos ensina que a verdadeira bênção não está apenas na proximidade física com Ele, mas na intimidade espiritual com a Sua Palavra.
Não basta ouvir — é preciso deixar que a Palavra transforme o coração, oriente nossas escolhas e se manifeste nas atitudes do dia a dia.
Escutar, acolher e testemunhar Cristo no cotidiano: esse é o caminho do discípulo.
Escutamos com o ouvido da fé, acolhemos com o coração humilde e testemunhamos com gestos concretos — no trabalho, na família, nas pequenas relações humanas onde Deus se faz presente silenciosamente.
É na rotina, muitas vezes cansativa, que a fé se prova verdadeira.
Quando perdoamos alguém, quando escolhemos o bem mesmo sem aplausos, quando levamos serenidade onde há tensão — aí está o Evangelho vivo.
Jesus é, e sempre será, nosso refúgio, nossa esperança e nossa paz.
Hoje a Igreja celebra São João XXIII, o Papa que abriu as janelas da Igreja para que o Espírito Santo soprasse com nova força através do Concílio Vaticano II.
Ele acreditava profundamente que a Igreja deveria falar com o mundo moderno, não com medo, mas com confiança. Disse ele, na abertura do Concílio:
“Não é o Evangelho que muda; nós é que começamos a compreendê-lo melhor, e é preciso que ele brilhe mais claramente para os homens do nosso tempo.”
Que sabedoria e que atualidade!
São João XXIII foi o Papa do diálogo e da paz, o homem que sonhou com uma Igreja de portas abertas, próxima do povo, capaz de escutar antes de julgar, e de acolher antes de condenar.
Seu coração era tão simples e luminoso que muitos o chamavam de “o bom Papa João”.
Assim também deve ser cada cristão: uma porta aberta de misericórdia, uma presença de paz, um reflexo do Coração de Jesus no meio do mundo.
Escutemos o Senhor com fé, acolhamos a Sua vontade com humildade e testemunhemos com coragem o Seu amor.
Que em cada gesto nosso, o mundo possa reconhecer o rosto sereno de Cristo.
E, inspirados em São João XXIII, rezemos:
“Senhor, fazei de nós instrumentos da vossa paz.
Que onde houver ódio, levemos amor;
onde houver trevas, levemos luz;
e onde houver desânimo, levemos a esperança que nasce do vosso Coração.”
E, com o coração em festa, quero também deixar um convite cheio de fé e ternura:
amanhã, 12 de outubro, celebraremos Nossa Senhora Aparecida, Mãe e Padroeira do Brasil!
Ela, que ouviu a Palavra e a guardou no coração, é o exemplo perfeito de quem escuta, acolhe e vive o amor de Deus.
Venham celebrar conosco este dia de graça!
Tragam suas famílias, suas flores, suas intenções e o coração cheio de confiança.
Que ninguém falte à mesa da Mãe, porque onde está Maria, está também Jesus.
E juntos, como filhos amados, diremos:
“Ó Maria, Mãe Aparecida, ensina-nos a ouvir a Palavra e a viver com amor o Evangelho do teu Filho!”
Assim, irmãos e irmãs, seremos verdadeiramente felizes, porque viveremos como quem ouve e põe em prática a Palavra de Deus — no coração, nas atitudes e no cotidiano da vida.
Amém.
1) “Senhor, aumenta a nossa fé!” (Lc 17,5)
Começamos o Mês Missionário com o pedido dos Apóstolos: “Senhor, aumenta a nossa fé!”. Jesus fala do grão de mostarda: não é o tamanho da fé, é a confiança viva que nos põe em movimento. A missão nasce no coração que crê e age.
2) Habacuc: fé que atravessa tempos difíceis (Hab 1–2)
Diante das dores e injustiças, perguntamos: “Até quando, Senhor?”. A resposta de Deus é clara: “O justo viverá por sua fé.” É nesse mundo real que somos enviados a consolar, reconciliar, repartir e construir pontes.
3) “Reaviva o dom de Deus que há em ti” (2Tm 1,6–8)
Deus não nos deu um espírito de medo, mas de força, amor e sabedoria. Hoje o Senhor nos convida a reacender o dom recebido no Batismo e na Crisma: ser discípulos missionários — em casa, no trabalho, na escola, no elevador, no prédio, na rua. Onde houver um coração, ali está o nosso campo.
4) “Somos servos; fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17,7–10)
A missão não é palco, é serviço. Missionário é quem faz o bem de cada dia: perdoa, escuta, partilha, reza, visita, reconcilia. Quando a paróquia inteira assume essa humildade, o milagre acontece: famílias se reaproximam, feridas cicatrizam, a fé se aquece e a esperança volta a brilhar.
5) Momento missionário – África (bandeira verde)
Neste primeiro fim de semana do Mês Missionário, apresentamos a bandeira verde, que representa o continente africano. Rezemos especialmente pelos missionários e missionárias na África, pelos cristãos que testemunham a fé e por todos os que acolhem Jesus em suas vidas. Que o Senhor sustente os anunciadores do Evangelho, proteja as comunidades perseguidas, fortaleça os catecúmenos e faça florescer a esperança onde há sofrimento. Sagrado Coração de Jesus, abençoai a África!
PASSOS CONCRETOS DESTA SEMANA (ARDOR MISSIONÁRIO NO COTIDIANO)
• Uma pessoa por dia: reze por alguém e dê um sinal de esperança (mensagem, ligação, visita breve).
• Evangelize com gentileza: no elevador ou no prédio, um sorriso e uma bênção: “Deus te abençoe.”
• Recomeço em família: dê o primeiro passo de perdão ou diálogo.
• Bíblia aberta em casa: leia Lc 17,5–10 e anote uma atitude para viver hoje.
• Serviço escondido: faça um bem sem aparecer; Deus vê e abençoa.
ENVIO
Irmãos e irmãs, a messe é grande e o Senhor conta conosco. Repitamos juntos: “Senhor, aumenta a nossa fé!”. Que o Sagrado Coração de Jesus acenda em nós o fogo missionário aqui no Brooklin e além, e que o nosso gesto pela África fecunde muitas vidas com a alegria do Evangelho.
Amém.
Irmãos e irmãs, a Palavra hoje nos coloca diante de uma pergunta simples e decisiva: a quem o meu coração serve? Ao Deus vivo, que nos ama e nos liberta, ou ao “deus” dinheiro, que promete tudo e entrega vazio, divisão e morte?
1) O grito que sobe ao céu (Am 8,4-7)
O profeta Amós desmascara a lógica da ganância: “pisam os pobres”, “falseiam balanças”, tratam gente como mercadoria. O lucro, quando se torna absoluto, desumaniza: transforma o próximo em objeto, normaliza o jeitinho, banaliza a injustiça, anestesia a consciência. Hoje vemos o mesmo: famílias endividadas, jovens sem horizonte, trabalhadores exaustos, saúde do corpo e da alma adoecida. A Bíblia chama isso de pecado que clama aos céus, porque toca o que Deus mais ama: a dignidade de seus filhos.
2) A inteligência da fé (Lc 16,1-13)
O Evangelho traz a parábola do administrador astuto. Jesus não elogia a desonestidade; elogia a esperteza de quem se mexe quando percebe que não pode continuar do mesmo jeito. É um “sacode” do céu: se os filhos deste mundo se organizam com tanta agilidade para garantir interesses, por que os filhos da luz tantas vezes são lentos para colocar o Reino em primeiro lugar?
Depois, o Senhor dá três chaves muito concretas:
“Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito.” A conversão começa nos detalhes: recibo em ordem, palavra cumprida, impostos pagos, respeito ao horário, cuidado com o que é dos outros.
“Se não fostes fiéis no dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro?” O uso do dinheiro revela a direção do coração. O Evangelho pergunta: minhas escolhas financeiras cooperam com a vida ou alimentam injustiças?
“Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.” Não há meio-termo. O dinheiro é um ótimo servo e um péssimo senhor. Quando governa, divide a casa, esfria o amor, seca a oração.
3) O horizonte da esperança (1Tm 2,1-8)
São Paulo nos manda rezar por todos, especialmente por quem governa, para que possamos viver “vida calma e serena, com toda piedade e dignidade”. A comunidade cristã não se resigna diante da injustiça: reza, discerne e age. O nosso combate não é contra pessoas, mas contra a lógica do egoísmo que mata. E nossa força é esta certeza: Deus quer a salvação de todos e nos dá, em Cristo, a graça de recomeçar.
4) Feridos e chamados a cuidar
“Padre, estou cansado, endividado, ansioso.” Quantos chegam assim… O Evangelho não vem para condenar quem errou, mas para curar: curar a compulsão de comprar para preencher vazios, curar a inveja que intoxica relações, curar a ambição que isola. Jesus nos educa para uma liberdade maior: usar os bens sem ser possuído por eles; escolher a simplicidade que abre espaço para Deus e para o irmão.
5) Passos concretos de conversão (além da oração)
A oração é a respiração da alma; sem ela não caminhamos. Mas hoje o Senhor nos pede gestos objetivos, capazes de tocar a vida real. Proponho, em nome do Evangelho, um caminho simples e exigente:
Exame de consciência financeiro: anote entradas e saídas; identifique desperdícios, consumos por ansiedade e gastos que alimentam injustiças. Decida cortar um supérfluo e redirecionar para um bem (caridade, estudo de um filho, remédio de alguém).
Ordem e transparência: regularize o que puder (dívidas, contratos, impostos). Prometa não usar o jeitinho que prejudica o bem comum, mesmo que “todo mundo faça”. Cristão não negocia com a mentira.
Justiça no trabalho: se você emprega pessoas, revise salário, descanso e respeito. Se você trabalha para alguém, ofereça fidelidade, qualidade e honestidade. Justiça é amor em forma de estrutura.
Reparação: se você lesou alguém, repare na medida do possível. Confissão sacramental + atitude concreta = liberdade verdadeira.
Simplicidade escolhida: faça um dia de sobriedade por semana (sem compras, sem delivery por impulso, sem consumo digital de vitrines). Use o tempo para visitar alguém, brincar com os filhos, ler a Palavra.
Solidariedade programada: defina porcentagem fixa de sua renda para a caridade (dízimo generoso e alguma obra de misericórdia). Não é esmola ocasional; é projeto de vida que educa o coração.
Consumo responsável: prefira produtos e serviços que respeitam pessoas e a criação; evite empresas e práticas que exploram. Pequenas escolhas criam cultura do Reino.
Tempo é moeda: organize a agenda para doar tempo – escutar um idoso, reforço escolar a uma criança, uma pastoral, um mutirão. O tempo entregue cura tanto quem dá quanto quem recebe.
Educação do desejo (em família): conversem sobre propaganda, status, comparações. Ensinem as crianças a diferença entre querer e precisar. Façam juntos uma lista de “bens que o dinheiro não compra”.
Intercessão social: escolha uma causa (famílias enlutadas, moradores de rua, desempregados) e comprometa-se com um gesto mensal concreto. Rezar é também organizar o amor.
6) Onde está o teu tesouro…
Jesus não veio empobrecer a vida, mas libertar o coração. O dinheiro pode comprar remédios, mas não a saúde; pode comprar casa, mas não lar; pode comprar segurança, mas não paz. O único tesouro que atravessa a morte são os relacionamentos de amor, a justiça praticada, a misericórdia oferecida. Por isso Ele nos convida hoje a uma santa esperteza: usar os bens para ganhar amigos para o céu – isto é, transformar recursos em encontros, dignidade, proximidade com os que sofrem.
7) Um apelo final
Se hoje o Espírito Santo te mostrou algum ponto concreto a mudar, não adie. Escolha um passo e conte a alguém de confiança para ajudar a perseverar. Aos que estão feridos por perdas, dívidas e culpas: não tenham medo. A Igreja é casa de reconciliação. Procure a Confissão. Procure ajuda. Cristo não nos chama para humilhar, mas para reerguer. Ele próprio, pobre e livre, nos estende a mão.
“Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.” (Lc 16,13)
Hoje renovemos nossa decisão: Servir a Deus. E, servindo a Deus, servir os irmãos. Aí está a alegria que não passa, o tesouro que nenhuma crise rouba e a paz que desce do céu para curar nosso corpo e nossa alma.
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje a Igreja nos convida a contemplar e exaltar a Santa Cruz. Um sinal que, aos olhos humanos, parecia derrota, humilhação e dor, mas que em Cristo se transformou em vitória, vida nova e salvação.
A Cruz, que era instrumento de morte, tornou-se o grande sacramento do amor. É o trono de onde Cristo reina, a cátedra de onde Ele nos ensina, a porta por onde entrou a vida nova para o mundo.
1. A Cruz é o maior gesto de amor
São João Paulo II nos recordava: “A cruz é a inclinação mais profunda de Deus sobre o homem, é o beijo do Pai sobre a humanidade ferida.” O que parecia derrota se revelou vitória; o que parecia humilhação se tornou exaltação.
O Papa Francisco nos disse: “Na Cruz vemos a força do amor que se doa: é ali que encontramos o sentido da vida, pois fomos amados até o fim.” Cada vez que fazemos o sinal da cruz, trazemos para o coração esta certeza: somos infinitamente amados.
E este amor está resumido em uma das frases mais fortes de toda a Escritura, proclamada no Evangelho de hoje: “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
2. A Cruz é fonte de esperança
Bento XVI afirmava: “O cristão sabe que, por trás da cruz, está a aurora da Ressurreição.” A Cruz não paralisa, mas impulsiona. Quando estamos cansados, quando carregamos nossas pequenas cruzes de cada dia, podemos uni-las à Cruz de Cristo. E ali encontramos uma força que não é nossa, mas vem d’Ele.
A Cruz é esperança para o pobre, para o enfermo, para o desanimado. Na Cruz sabemos que a última palavra não é do sofrimento, mas do amor que salva.
3. A Cruz é vitória
O apóstolo Paulo declarou: “Quanto a mim, não me glorio a não ser na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6,14). Porque é pela Cruz que o mal foi vencido, que as trevas foram dissipadas, que a vida triunfou.
O Papa Leão XIV nos recorda: “A Cruz não é o peso que nos esmaga, mas a mão de Cristo que nos levanta; nela se encontra a raiz da esperança que não decepciona.”
E Santo André de Creta completa: “Celebramos a cruz, e por ela somos elevados à glória.”
4. Proposta Pastoral Concreta
Meus irmãos, a Palavra deste domingo não pode ficar apenas na memória; precisa chegar à vida concreta desta semana. Por isso, três gestos simples e transformadores:
- Um gesto de fé: ao acordar ou sair de casa, fazer conscientemente o sinal da cruz e dizer: “Da Cruz minha esperança.”
- Um gesto de caridade: assumir um pequeno sacrifício oferecido por amor — ajudar alguém, visitar um enfermo, reconciliar-se com alguém ou doar tempo em serviço.
- Um gesto de oração: contemplar um crucifixo em silêncio durante a semana, lendo de novo João 3,16 e deixando-se envolver pelo amor de Deus.
Apelo Final
Queridos irmãos e irmãs, hoje exaltamos a Cruz não como lembrança de sofrimento, mas como fonte de vida. Quem se aproxima dela encontra perdão, cura, coragem e paz.
Saibamos repetir sempre:
👉 “Da Cruz nossa salvação. Da Cruz nossa vitória. Da Cruz nossa esperança.”
Que, ao recebermos o Corpo e o Sangue do Senhor, saiamos daqui com o coração renovado, prontos para enfrentar nossas cruzes cotidianas com fé e confiança no amor de Deus.
Amém.
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje a Igreja inteira se enche de alegria para celebrar um mistério luminoso: Maria, a Mãe de Jesus, foi elevada ao Céu em corpo e alma. É a Assunção de Nossa Senhora, sinal da vitória de Cristo sobre a morte e da esperança que também nos espera.
A primeira leitura nos apresenta Maria como a “mulher vestida de sol”, símbolo da Igreja e da nova humanidade redimida por Cristo. Em meio aos sinais de luta e perseguição, vemos que Deus guarda e protege aquela que gerou o Salvador. Assim também somos lembrados de que nossa vida está sob o cuidado amoroso de Deus, mesmo quando atravessamos provações.
Na segunda leitura, São Paulo proclama que Cristo é o primeiro a ressuscitar e que todos nós, um dia, participaremos desta vitória. Maria já vive hoje o que um dia viveremos: a plenitude da vida em Deus. Ela é a primeira discípula, a mais fiel, aquela que acreditou “mesmo quando a espada lhe atravessou a alma” (cf. Lc 2,35).
O Evangelho nos leva até a casa de Isabel, onde Maria, cheia do Espírito Santo, canta o Magnificat: “A minha alma engrandece o Senhor”. Esse cântico revela a alma de Maria: humilde, agradecida, confiante. Ela nos ensina que a verdadeira grandeza não está no poder ou nas conquistas humanas, mas em reconhecer as maravilhas que Deus realiza na nossa vida.
Hoje, ao contemplarmos Maria elevada ao Céu, somos convidados a renovar nosso amor filial a Ela. Como filhos, queremos dizer: "Mãe, caminha conosco, leva-nos a Jesus, ensina-nos a viver como discípulos fiéis". Maria não é distante, ela está próxima, intercedendo por nós, cuidando de nossas famílias, sustentando-nos nas dificuldades e alegrando-se conosco nas vitórias.
Queridos irmãos, essa festa é também um chamado à esperança. Em um mundo marcado por tantas dores, divisões e inseguranças, Maria nos mostra que a última palavra não é da morte, mas da vida; não é da tristeza, mas da alegria. Ela nos recorda que vale a pena confiar no Senhor, mesmo quando não entendemos todos os caminhos.
Hoje, de modo especial, também celebramos e agradecemos a Deus pelo dom da vida consagrada, masculina e feminina. Nossos religiosos e religiosas são um presente para a Igreja e para o mundo. Pela oração constante, pela vida comunitária, pela entrega total a Deus e ao serviço dos irmãos, eles e elas tornam visível o amor de Cristo. São faróis que iluminam o caminho da fé, sustentam a missão evangelizadora e testemunham que é possível viver para Deus com todo o coração. Rezemos para que nunca faltem vocações e para que os que já vivem esta consagração perseverem com alegria e fidelidade.
Ao celebrarmos a Assunção, renovemos nosso compromisso de viver como Maria:
na humildade, que reconhece que tudo vem de Deus;
na confiança, que se entrega mesmo sem compreender plenamente;
na missão, que leva Jesus aos outros com pressa e alegria.
E que, inspirados por Maria e pelo exemplo de tantos consagrados e consagradas, possamos caminhar como Igreja viva, cheia de esperança, até o dia em que, com todos os santos, participaremos também da glória de Deus.
Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!
Amém.
Queridos irmãos e irmãs,
Estamos reunidos nesta tarde para celebrar dois momentos de grande alegria para nossa comunidade: a Vigília da Assunção de Nossa Senhora e a investidura dos novos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão. Duas graças que se unem e iluminam a nossa vida de fé: a glória de Maria, que nos aponta o destino final que Deus prepara para seus filhos, e o chamado ao serviço humilde e fiel na Igreja, por meio daqueles que hoje assumem o ministério de levar Cristo Eucarístico aos irmãos.
Maria, Mãe, Serva e Sacrário
A Assunção nos recorda que Maria foi a primeira a seguir plenamente os passos de seu Filho, vivendo a fidelidade até o fim e participando já agora da vitória sobre a morte. O Evangelho nos mostra que verdadeira bem-aventurança não está apenas em ter privilégios, mas em “ouvir a Palavra de Deus e colocá-la em prática” (Lc 11,28). Maria é modelo disso: ela escutou, acreditou e viveu o que Deus lhe disse, tornando-se Sacrário vivo do Salvador.
A vitória de Cristo e o chamado ao serviço
Na segunda leitura, São Paulo proclama: “A morte foi tragada pela vitória”. É essa vitória que celebramos hoje e que nos dá esperança. E essa esperança nos move ao serviço. O que celebramos em Maria não é apenas um destino glorioso, mas um caminho de vida: humildade, disponibilidade e entrega total a Deus.
O ministério extraordinário da Sagrada Comunhão
Queridos irmãos e irmãs, hoje nossa comunidade se alegra com a investidura dos novos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão. Vocês estão assumindo uma missão preciosa: levar Jesus Eucarístico aos fiéis durante as celebrações e, de modo especial, aos enfermos e idosos que não podem vir à igreja. Esse serviço é um prolongamento do altar até os lares e hospitais, tornando cada visita um momento de presença real de Cristo.
Maria, que levou Jesus no ventre para a casa de Isabel, é o modelo perfeito para o ministério que vocês hoje recebem. Ela levou a presença do Salvador com pressa, com alegria e com amor. Assim também cada ministro deve ir, não apenas com a hóstia consagrada nas mãos, mas com a fé ardente no coração e a ternura no olhar.
Chamado à comunidade
A todos nós, essa celebração convida a redescobrir a centralidade da Eucaristia na nossa vida. Não existe missão cristã que não brote do altar. Não existe serviço que não se alimente de Cristo. Hoje, peçamos a Nossa Senhora da Assunção que guie nossos novos ministros, proteja suas famílias e mantenha viva neles a chama da fé e do amor à Eucaristia.
Queridos ministros, que cada vez que vocês levarem Jesus aos irmãos, seja como Maria levando Cristo a Isabel: com pressa de amar, com alegria de servir e com humildade de quem sabe que tudo é graça.
Que a Virgem Assunta, Mãe, Serva e Sacrário do Salvador, interceda por todos nós, para que um dia possamos participar da glória que hoje contemplamos nela.
Amém.
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje encerramos a Semana Nacional da Família com grande alegria e gratidão a Deus. É uma alegria que não é apenas emotiva, mas profundamente espiritual, pois estamos diante de um dom precioso: o dom da família. Celebramos no contexto do Ano Jubilar e dos 90 anos da nossa paróquia, o que nos faz reconhecer que somos parte de uma história maior, feita de fé, de testemunhos, de lutas e de vitórias.
A primeira leitura, da Carta de São Paulo aos Efésios, é um hino ao amor conjugal. São Paulo não fala de um amor passageiro ou condicionado, mas de um amor que tem como modelo o próprio Cristo, que "amou a Igreja e se entregou por ela". Esse amor é entrega, é sacrifício, é cuidado.
Para os namorados que estão no início de um caminho, essa Palavra é um convite à construção de um relacionamento sobre alicerces firmes, não apenas na afinidade ou no afeto, mas no compromisso. Para os noivos, é um chamado à preparação consciente e profunda para o matrimônio, cultivando a fé, a oração e o diálogo. Para os recém-casados, é o lembrete de que a união de vocês é chamada a ser um sinal visível do amor de Deus no mundo.
E para os casais que já caminham juntos há muitos anos, essa leitura recorda que o amor maduro se constrói na perseverança, na capacidade de recomeçar todos os dias e na certeza de que o outro é um presente de Deus.
O Evangelho nos traz a parábola das duas casas. Uma construída sobre a rocha, outra sobre a areia. Aqui, Jesus não promete uma vida sem tempestades. Pelo contrário, Ele afirma que as chuvas, ventos e enchentes virão para todos. A diferença está no alicerce. Quando Cristo é a rocha sobre a qual construímos nossa vida, as provações não nos destroem, mas nos fortalecem.
Quantas famílias já passaram ou estão passando por momentos de dor, doença, desemprego ou conflitos? A fé não nos isenta dessas realidades, mas nos dá a força e a sabedoria para enfrentá-las. É como disse o Papa Francisco na Amoris Laetitia: “Nenhuma família é perfeita, mas todas podem crescer com a graça de Deus” (cf. AL 325).
Essa mensagem nos chama a uma esperança realista. Não é uma esperança ingênua que fecha os olhos aos problemas, mas uma esperança firme, que sabe que “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo” (Rm 5,5). É essa presença de Deus que sustenta o matrimônio, renova o diálogo, cura as feridas e faz florescer o amor mesmo em terrenos áridos.
Queridos irmãos, a família cristã é chamada a ser igreja doméstica (cf. LG 11), lugar onde a fé é transmitida, a caridade é vivida e o perdão é praticado. Por isso, cada lar deve ser também um pequeno santuário, onde a oração não é um hábito distante, mas parte da vida cotidiana. Como Maria e José acolheram Jesus em sua casa, assim cada um de nós é chamado a acolher Cristo em sua família.
Vocês que já caminham juntos há muitos anos, sejam luz para as novas gerações, mostrando que vale a pena amar, perdoar e permanecer fiéis. Namorados e noivos, sejam corajosos para ir contra a corrente de uma cultura que banaliza o amor e relativiza o compromisso. Recém-casados, guardem no coração que o amor precisa ser alimentado diariamente, com palavras, gestos e atitudes.
Daqui a pouco, vamos consagrar nossas famílias ao Sagrado Coração de Jesus. Não será apenas um momento bonito, mas um ato profundo de fé: estaremos colocando diante do Senhor cada história, cada alegria e cada lágrima. Estaremos dizendo: "Senhor, queremos que Tu sejas a rocha da nossa casa, o centro do nosso amor, a força da nossa caminhada."
Que essa consagração seja o início de um novo tempo em nossos lares: tempo de diálogo, de paciência, de perdão e de fidelidade. E que, sustentados pelo Coração de Jesus, possamos ser famílias que edificam a sociedade e a Igreja com amor, paz e esperança.
Sagrado Coração de Jesus, nós confiamos em Vós.
Amém.
Queridos irmãos e irmãs,
A Palavra de Deus hoje nos chama à vigilância — não uma espera ansiosa, mas uma presença atenta, um coração desperto para Deus e para o próximo. O Reino de Deus não é algo que virá só no fim dos tempos; ele começa agora, nas pequenas atitudes de amor, de fé e de serviço que vivemos no dia a dia.
A primeira leitura, do Livro da Sabedoria, nos leva à noite da libertação do povo de Israel. Eles estavam prontos, unidos, firmes na fé, esperando o agir de Deus. É uma imagem de confiança e de perseverança, que nos recorda que também nós temos as nossas “noites” — momentos de espera, de silêncio, de luta. E nessas horas, precisamos manter a esperança acesa.
Na segunda leitura, Abraão e Sara são apresentados como modelos de fé. Eles partiram sem saber exatamente para onde iam, mas confiando que Deus guiaria seus passos. É assim também no casamento: no dia do “sim” não se sabe tudo o que a vida vai trazer, mas se sabe que Deus é fiel e que, caminhando juntos, Ele nunca abandona.
O Evangelho nos mostra o servo vigilante, de lâmpada acesa, pronto para receber o Senhor. Esta vigilância não se faz de vez em quando, mas todos os dias — na oração, no cuidado com os outros, no cumprimento das responsabilidades, na fidelidade ao que Deus nos confiou.
Hoje, celebramos os 50 anos de casamento de Rafael e Maria Antonieta. Queridos, vocês são para nós um testemunho concreto dessas leituras. Vocês nos mostram que ser vigilante é amar sempre, não apenas nas alegrias, mas também nas tempestades. É cuidar um do outro com paciência, é perdoar quando preciso, é se alegrar com as vitórias do outro como se fossem próprias.
Me permitam dizer, Rafael e Maria Antonieta: vocês não apenas mantiveram a lâmpada acesa; vocês a alimentaram com o óleo da fé, da oração, da fidelidade e do respeito. E por isso, hoje, celebramos não só um marco de tempo, mas uma história que inspira. Vocês nos ensinam que o matrimônio é caminho de santidade e missão — e que o amor verdadeiro se fortalece quando Deus está no centro.
E hoje, no Dia dos Pais, esta celebração ganha um sentido ainda mais bonito. Rafael, como pai, você é chamado a ser sinal do cuidado amoroso de Deus para sua família. A figura do pai não é apenas de provedor, mas de educador na fé, de presença que dá segurança e transmite valores. Assim como Maria Antonieta é chamada a ser luz e ternura, você é chamado a ser firmeza e direção. E todos os pais aqui presentes são convidados a viver essa missão com coragem e amor.
Querida comunidade, este dia é para todos nós. Para lembrar que a família é a primeira escola de fé, e que pais e mães têm a missão de vigiar sobre os filhos — não apenas para protegê-los de perigos, mas para conduzi-los ao Céu. É no amor, na paciência, no exemplo de vida que se educa para Deus.
Que a Palavra de hoje nos leve a viver vigilantes: casais cuidando um do outro; pais e mães cuidando de seus filhos; filhos respeitando e amando seus pais; todos nós cuidando da fé da comunidade. E que possamos, como Rafael e Maria Antonieta, chegar ao fim da nossa caminhada podendo dizer: “Senhor, tentamos amar como Tu nos amaste”.
Amém.
Meus irmãos e irmãs,
Hoje celebramos com gratidão profunda os 90 anos de criação da nossa amada Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Que bênção estarmos aqui reunidos, neste santuário de fé e vida, para louvar a Deus por tudo o que Ele realizou em nosso meio!
Celebrar 90 anos é muito mais do que comemorar uma data: é reconhecer que o Coração de Jesus foi, é e será o centro de nossa história, nosso refúgio, nossa força. Por isso, o tema desta missa nos fala ao coração: “Coração de Jesus, santuário de esperança e paz”.
Ao longo dessas nove décadas, tantas pessoas passaram por aqui... Cada tijolo desta igreja, cada banco, cada espaço pastoral carrega orações, lágrimas, alegrias, batalhas e vitórias de fé. O Sagrado Coração de Jesus foi, para todos nós, esse santuário onde sempre encontramos esperança quando tudo parecia perdido e paz mesmo em meio às tribulações.
Nos lembramos com carinho dos primeiros moradores do Brooklin que, com fé e sacrifício, construíram os alicerces desta paróquia. Lembramos os padres que por aqui passaram, os religiosos, os leigos, os agentes de pastorais e tantos anônimos que deram o melhor de si por amor a esta comunidade. Vocês são parte viva dessa história santa!
Hoje, o Coração de Jesus continua a pulsar aqui, acolhendo os doentes, abraçando os que sofrem, iluminando os que buscam sentido, reunindo as famílias, educando os jovens, e formando discípulos para o Reino. Quantas vocações nasceram aqui! Quantas missões populares, quantas festas, quantas confissões, quantos batismos, quantas mãos erguidas na fé!
E agora, ao celebrarmos esta grande festa, não olhamos apenas para trás. Olhamos com esperança para o futuro! Somos chamados a renovar nosso sim ao Sagrado Coração, a sermos construtores de uma Igreja viva, missionária, acolhedora e fraterna. Uma Igreja que continua sendo reflexo do Coração de Cristo no Brooklin e além dele.
Que a nossa Paróquia continue sendo um santuário onde cada pessoa encontre sentido para viver, um lar de paz e uma fonte de esperança, especialmente para os mais feridos, para os mais pobres, para os mais afastados.
Encerrando, com gratidão dizemos: Obrigado, Coração de Jesus, por 90 anos de bênçãos! E pedimos: Fazei nosso coração semelhante ao vosso!
Amém.
Amados irmãos e irmãs,
Hoje celebramos com profunda fé a Solenidade de Corpus Christi, o Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta festa é um grito silencioso da Igreja, dizendo ao mundo: Deus está no meio de nós!
A origem desta celebração remonta ao século XIII. O Papa Urbano IV, tocado pela piedade da santa Juliana de Cornillon e pelo milagre de Bolsena, instituiu Corpus Christi como solenidade universal. Desde então, o povo cristão se une em adoração e testemunho, celebrando este mistério central da nossa fé: a presença real de Jesus na Eucaristia — Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
E o que celebramos hoje não é apenas uma doutrina, mas um Deus que se fez alimento. Na Eucaristia, Jesus continua a nos amar com o mesmo amor da cruz. Ele se entrega, se doa, se faz pão — para que nós aprendamos também a nos doar, repartir, amar.
Corpus Christi é o Coração de Jesus pulsando na Hóstia Santa. E como é especial para nós, nesta Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, celebrar esta festa no ano do nosso 90º aniversário! Uma caminhada feita de fé, suor, oração, lágrimas e esperança. Desde a pequena capela construída com esforço em 1927, passando pela dedicação da Matriz em 1956, a Eucaristia sempre foi o centro da nossa história.
Esta igreja viu nascer vocações, viu crianças receberem a Primeira Comunhão, famílias serem reconstruídas, enfermos serem confortados, e tantas almas encontrarem refúgio no Coração de Jesus presente no altar. Durante 90 anos, a Eucaristia foi o pão da nossa perseverança.
Mas hoje, não nos reunimos apenas para recordar: nos reunimos para testemunhar. E faremos isso saindo em procissão, levando o Santíssimo pelas ruas do Brooklin. Esta procissão é mais do que tradição — é profecia e missão. Levamos Jesus aonde Ele quer estar: no meio do povo, nas calçadas, entre os prédios, junto aos que têm fé e também junto aos que talvez nem O conheçam ainda.
A beleza dos tapetes, das flores, dos cantos, não é só ornamento: é sinal do amor de um povo que ainda crê, que ainda adora, que ainda se ajoelha diante do Mistério. Como disse o Papa Bento XVI: "A procissão de Corpus Christi educa-nos a ir ao encontro d’Aquele que vem ao nosso encontro. A Eucaristia nos impulsiona à missão."
E é disso que o mundo mais precisa: católicos que amam a Eucaristia e a transformam em vida concreta.
— O que celebramos no altar deve continuar nas calçadas.
— O Cristo que recebemos deve ser o Cristo que levamos.
— A hóstia que adoramos deve nos transformar em pessoas novas.
Por isso, Corpus Christi nos convida a sermos Eucaristia viva no mundo:
- sermos pão partido na caridade,
- sangue derramado na doação,
- presença real nos lugares de dor e abandono.
E esta é a nossa vocação paroquial: ser uma comunidade eucarística e missionária, com o coração aberto como o de Jesus, para acolher, curar, ensinar e servir. É esse o legado que recebemos, e é esse o testemunho que deixaremos às futuras gerações.
Meus irmãos e irmãs, que neste Corpus Christi, o nosso amor pela Eucaristia cresça. Que não tenhamos apenas adoração litúrgica, mas também adoração existencial: com a vida, com o olhar, com o perdão, com a partilha.
E que a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, aos 90 anos, continue a ser uma casa onde Cristo vive, um altar que envia discípulos, e um coração que pulsa missão.
Louvado seja o Santíssimo Sacramento!
Para sempre seja louvado!
Amém.
Evangelho: Mt 28,16-20
Queridos irmãos e irmãs em Cristo,
Hoje celebramos o grande mistério da nossa fé: um só Deus em três Pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo. Não é uma fórmula abstrata, mas o íntimo de Deus revelado a nós em amor e comunhão.
Jesus, ao enviar os discípulos, diz: “Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
Aqui não temos apenas palavras litúrgicas. Temos a assinatura de Deus na história da salvação. O Pai nos cria por amor, o Filho nos salva por compaixão e o Espírito nos santifica com Sua presença constante. A Trindade é Deus em relação, Deus que se doa, se comunica e se entrega.
No coração da Trindade está a comunhão: três Pessoas, um só Deus. Isso nos ensina que Deus não é solidão, mas família, não é indiferença, mas amor partilhado. Por isso, celebrar a Trindade é um chamado à comunhão verdadeira em nossas comunidades. Não pode haver divisões, invejas ou disputas onde Deus habita. O Espírito do Pai e do Filho nos impulsiona a construir pontes, curar feridas e viver como irmãos.
No contexto dos 90 anos da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, essa festa nos convida a renovar nosso compromisso de sermos imagem viva dessa Trindade Santa: comunidades acolhedoras, pastorais que se respeitam, lideranças que trabalham unidas e corações abertos ao perdão e à escuta.
Pelo batismo, a Trindade habita em nós. Não estamos sozinhos! O Pai nos sustenta, o Filho caminha ao nosso lado e o Espírito nos anima e consola. Esse mistério nos leva a uma espiritualidade profunda: ser templo da Trindade, refletir o amor trinitário nas palavras e atitudes, viver em unidade dentro da diversidade.
E assim como Jesus envia os discípulos, somos também nós enviados: para levar o amor do Pai, o perdão do Filho e a paz do Espírito Santo às famílias do Brooklin e a todos os corações feridos.
Querida comunidade, Que ao celebrarmos a Santíssima Trindade, sejamos imagem viva de Deus-Comunhão, curando feridas, reconstruindo pontes, servindo com alegria. E que o Sagrado Coração de Jesus, reflexo do amor trinitário, continue sendo o centro de nossa vida e missão paroquial.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre.
Amém.
Querida comunidade, irmãos e irmãs no Senhor,
Hoje nosso coração se enche de alegria e fé viva ao celebrarmos Santo Antônio de Pádua, um dos santos mais populares e amados da Igreja. E não é por acaso. Santo Antônio, homem de profunda oração, caridade ardente e pregação apaixonada, continua a ser para nós farol de esperança e modelo de vida evangélica.
Ele nasceu em Lisboa, mas foi em Pádua que brilhou como pregador do Evangelho. Tinha uma inteligência extraordinária, mas o que mais tocava os corações era sua vida coerente com o que pregava. Suas palavras inflamavam não apenas pela eloquência, mas porque vinham de um coração apaixonado por Deus e pelo próximo.
Santo Antônio é conhecido como doutor da Igreja, mas também como “o santo dos pobres” e “o santo dos milagres”. Ele se fez pobre com os pobres, repartiu o pão com os famintos, intercedeu pelos aflitos, e assim se tornou amigo dos que sofrem, defensor das famílias e conselheiro dos namorados. Seu coração era manso e humilde como o de Jesus.
Neste dia abençoado, em que vamos abençoar os pães, queremos recordar um gesto concreto da caridade de Santo Antônio. Os pães abençoados nos lembram que a fé não pode ser separada do amor fraterno. Partilhar o pão, cuidar dos que têm fome — do corpo e da alma — é continuar a missão de Jesus. E Santo Antônio foi discípulo fiel desse amor.
E também vamos abençoar os objetos religiosos, os namorados e as famílias. Que beleza! Porque Santo Antônio não é apenas um milagreiro romântico. Ele é um intercessor poderoso junto de Deus, e seu maior desejo é que cada coração ame a Deus com intensidade. Ele rezava: “Senhor, fazei-me instrumento de vosso amor, para que eu ame como vós amais.”
Aos namorados, ele ensina a buscar relacionamentos alicerçados na fé, no respeito e na verdade. Às famílias, Santo Antônio lembra que o lar deve ser igreja doméstica, onde se reza, se ama, se partilha. E a toda a comunidade, ele inspira a viver com coragem o Evangelho, anunciando com palavras e com ações o Reino de Deus.
Queridos irmãos e irmãs, que o nosso amor por Santo Antônio não fique apenas nas flores, nas promessas ou nos pães. Que seja compromisso! Compromisso com a oração fiel, com a escuta da Palavra, com a caridade concreta e com a esperança viva. Que sua intercessão inflame o nosso coração no amor a Deus, e nos ajude a sermos testemunhas do Evangelho aqui e agora, como ele foi.
Santo Antônio, amigo de Deus e dos pobres, rogai por nós!
Amém.
“Vinde, Espírito Santo, renovai a nossa casa e o nosso coração”
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje é Pentecostes, a grande festa da vida, da unidade e da missão da Igreja. É o dia em que o Espírito Santo desceu com poder e fogo, transformando homens medrosos em testemunhas corajosas. A promessa de Jesus se cumpriu: “Recebereis o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas” (At 1,8).
A cena do Cenáculo, com Maria no centro, é também imagem da nossa comunidade hoje: reunidos em oração, sedentos de sentido, desejosos de coragem, esperança e paz. Pentecostes não é apenas memória; é acontecimento presente. O Espírito continua a ser derramado sobre todos os que abrem o coração com fé.
No Evangelho, Jesus sopra sobre os discípulos e diz: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22). Esse sopro é o sopro criador de Gênesis, é o alento novo da ressurreição, é a força que renova todas as coisas. Quando deixamos o Espírito agir, a vida muda: o medo vira coragem, a divisão vira comunhão, a apatia vira missão.
Na nossa comunidade do Sagrado Coração de Jesus, o Espírito age nos encontros, nos pequenos gestos de perdão, nos grupos de oração, nas visitas missionárias, na acolhida das famílias novas, nas casas e apartamentos que se abrem para receber a Bandeira Peregrina do Sagrado Coração de Jesus, no sorriso dos jovens e na sabedoria dos idosos. É Ele quem faz de nós uma só família, um só corpo em Cristo.
O Catecismo da Igreja nos ensina que o Espírito é “o princípio de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma das partes do Corpo” (CIC 798). Em outras palavras: sem o Espírito, somos apenas estruturas, paredes, salas e templo; com Ele, somos Igreja viva, pulsante, apaixonada por Cristo.
Por isso, irmãos e irmãs, Pentecostes é um convite a renovar a nossa vida comunitária, deixando-nos transformar pela ação do Espírito:
– Que nossa casa de oração, nossa comunidade seja cenáculo e campo de missão.
– Que os dons que o Espírito distribui sejam acolhidos com gratidão e colocados a serviço do bem comum.
– Que ninguém se sinta inútil, e ninguém se considere superior.
– Que sejamos uma comunidade de irmãos que se perdoam, que se apoiam, que anunciam juntos o Evangelho da vida.
Oração final – Invocação do Espírito Santo
Senhor Jesus,
Tu nos prometeste o Espírito Santo, e nós cremos que Ele está aqui.
Hoje, como Igreja reunida, te suplicamos com toda alma:
Vinde, Espírito Santo!
Vinde com vossa luz e dissipai as trevas do nosso egoísmo, das intrigas e do desânimo.
Vinde com vossa paz e acalmai os corações agitados, divididos, feridos.
Vinde com vossa força e levantai os cansados, os esquecidos, os que perderam o rumo.
Soprai sobre nós vosso hálito de vida!
Fazei da nossa comunidade do Sagrado Coração de Jesus um lar de irmãos, uma escola do Evangelho, um templo vivo da misericórdia do Pai.
Fazei arder os corações com fogo de caridade, com sede de justiça, com fome de Palavra.
Fazei-nos discípulos apaixonados e missionários incansáveis!
Vinde, Espírito da verdade e da paz,
Espírito da escuta e da reconciliação,
Espírito de alegria e esperança,
Espírito de Pentecostes!
Renovai esta paróquia, renovai nossas famílias, renovai a Igreja!
Amém. Aleluia!
Evangelho (Jo 7,37-39): ‘Se alguém tem sede, venha a mim e beba’.
Queridos irmãos e irmãs,
Estamos reunidos nesta noite santa, véspera de Pentecostes, como a comunidade primitiva: em oração, em silêncio, com o coração aberto. Como os apóstolos e Maria, estamos no Cenáculo, esperando o cumprimento da promessa de Jesus: “Vós sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias” (At 1,5).
O Espírito Santo que nos é prometido é a alma da Igreja. Como diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC 731): “No dia de Pentecostes, (o Espírito Santo) é manifestado, dado e comunicado como Pessoa divina: da sua plenitude, Cristo, Senhor, derrama o Espírito em abundância.”
Na leitura de Ezequiel, Deus diz: “Eis que abrirei os vossos túmulos, e vos farei sair deles, ó meu povo, e vos conduzirei à terra de Israel” (Ez 37,12). O Espírito é aquele que faz reviver os que estavam secos, vazios, disperses, desanimados, aflitos, enfermos, cansados, distantes.
A promessa de Joel ecoa fortemente em nosso coração: “Derramarei o meu Espírito sobre toda carne” (Jl 3,1). Não é um dom para alguns apenas, mas para toda a Igreja! Para jovens e idosos, para homens e mulheres, para livres e servos, santos e pecadores como nós.
O Evangelho de hoje nos apresenta Jesus dizendo: “Quem tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, do seu interior jorrarão rios de água viva” (Jo 7,37-38). O Espírito é essa água viva que sacia a alma sedenta e renova todas as coisas.
Nesta noite de vigília, somos convidados a reviver os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus (cf. Is 11,2–3; CIC 1831). Esses dons são forças que nos capacitam para a missão, em especial na vida comunitária.
Querida comunidade do Sagrado Coração de Jesus, nesta vigília, permaneçamos com Maria, modelo da Igreja orante, templo do Espírito Santo. Ela nos ensina a esperar e acolher a ação divina com fé e docilidade.
Maria de Pentecostes está no coração da nossa paróquia! Sua presença é discreta, mas poderosa. Ela intercede por nós, anima os nossos trabalhos pastorais e missionários, visita os lares com a Mãe Peregrina, caminha conosco nas missões populares e forma, com o Espírito Santo, os verdadeiros discípulos de Cristo.
Deixemo-nos renovar por sua presença. Com ela, somos conduzidos ao Cenáculo e ao Coração de Jesus. Que Maria reavive em cada agente de pastoral, em cada família, em cada batizado, o ardor de Pentecostes: uma fé viva, uma caridade ativa e um espírito missionário incansável.
Com Maria, digamos juntos: “Senhor, envia teu Espírito e renova a face da nossa paróquia!”
Que esta vigília reacenda o nosso fervor missionário, desperte os carismas adormecidos e prepare o nosso coração para celebrar com alegria o Pentecostes.
“Vinde, Espírito Santo! Renovai a face da terra. E começai por nós.”