A Conferência Nacional dos Bispos Do Brasil – CNBB, tendo o Ano Santo da graça – Peregrinos da Esperança, como motivador deste mês temático dedicado à Palavra de Deus, convoca toda a Igreja a aprofundar este tema realizando uma Leitura Orante (Leitura, Meditação, Oração e Contemplação) da Carta de São Paulo Apóstolo aos Romanos, tendo por base da leitura: A ESPERANÇA NÃO DECEPCIONA, (Rm 5,5) lema proposto para o Mês da Bíblia - 2025.
Que nossa comunidade possa firmar a sua fé na Palavra d’Aquele que é a nossa única esperança.
Na Carta aos Romanos, aparece várias vezes o substantivo esperança, que também é frequente nas outras cartas paulinas, de modo que Paulo pode ser considerado como um Apóstolo da esperança.
Na Carta aos Romanos, o substantivo “esperança” aparece 13 vezes, e ainda seria preciso considerar as ocorrências do verbo “esperar”.
Neste estudo que se inicia hoje, iremos meditar, a cada semana, alguns capítulos que nos lembram desta esperança.
MEDITAÇÃO SOBRE CARTA DE SÃO PAULO AOS ROMANOS – CAPÍTULO 4º
(Ler todo o capítulo quarto da carta de S. Paulo aos Romanos e refletir)
Orientações:
O capítulo quarto da carta de São Paulo aos Romanos nos apresenta Abraão como pai da fé e modelo de esperança. Ele acreditou nas promessas de Deus, mesmo quando a realidade parecia contradizê-las: era idoso, sua esposa Sara era estéril, e humanamente não havia mais possibilidade de gerar vida, um filho.
Contudo, Paulo nos recorda: “Esperando contra toda esperança, ele acreditou” (Rm 4,18). Abraão não se prendeu às limitações humanas, mas manteve-se firme na fidelidade de Deus. Essa confiança não se apoiava em si mesmo, mas naquele que é capaz de realizar o impossível.
A esperança que nasce da fé não é otimismo vazio, mas certeza de que Deus cumpre suas promessas. Para nós, essa promessa se concretiza em Jesus Cristo, que morreu por nossos pecados e ressuscitou para nos dar vida nova. Assim, somos justificados pela fé e convidados a viver uma esperança que sustenta a vida, mesmo nas provações.
A experiência de Abraão nos ensina que a esperança cristã não se apoia em cálculos humanos, mas na graça de Deus. Quando tudo parece escuro, é a esperança que mantém acesa a chama da fé, recordando que Deus é fiel.
Portanto, a Carta aos Romanos - capítulo quarto, nos convida a cultivar uma esperança ativa: acreditar contra toda desesperança, não desistir diante das dificuldades, e caminhar confiantes de que Aquele que prometeu é fiel para cumprir o prometido.
(Após ler o capítulo quarto da Carta de S. Paulo aos Romanos, motivados por essas três perguntas meditar sobre sua caminhada de fé e esperança)
Em quais áreas da minha vida sou chamado hoje a “esperar contra toda desesperança”? Estou confiando mais no poder de Deus ou nas minhas limitações humanas?
Minha esperança é firme na fidelidade de Deus ou vacila diante das dificuldades e incertezas?
De que forma a ressurreição de Cristo renova em mim a esperança de que a vida eterna e o amor de Deus têm a última palavra?
Finalizar este momento de leitura orante (após ler, pensar no que Deus quis te dizer e o que você tinha a dizer a Ele), rezando um Pai Nosso... Uma Ave-Maria... e um Glória ao Pai...
MEDITAÇÃO SOBRE CARTA DE SÃO PAULO AOS ROMANOS – CAPÍTULO 5º
(Ler todo o capítulo quinto da carta de S. Paulo aos Romanos e refletir)
Orientações:
No capítulo 5 da Carta aos Romanos, São Paulo nos conduz a uma profunda reflexão sobre a justificação pela fé e seus frutos. Ele recorda que, pela fé em Jesus Cristo, somos reconciliados com Deus e introduzidos em uma nova vida de graça. Essa experiência gera em nós paz, alegria e, sobretudo, esperança.
Paulo mostra que essa esperança não nasce de circunstâncias favoráveis, mas do amor derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5,5). Paulo não nos promete uma vida sem tribulações. Pelo contrário, ele nos ensina a nos gloriarmos também nos sofrimentos. Ele apresenta uma progressão: a tribulação gera a perseverança, a perseverança leva à experiência, e a experiência produz a esperança. Essa esperança não decepciona, pois é infundida em nossos corações pelo Espírito Santo. Isso significa que a esperança cristã não é uma ilusão, mas uma certeza enraizada na ação de Deus em nós. Diferente de uma esperança humana frágil, a esperança cristã é sólida, porque se apoia na fidelidade de Deus.
Outro ponto essencial do capítulo é a comparação entre Adão e Cristo. Por Adão, entrou o pecado e a morte; por Cristo, a graça e a vida abundante. Isso mostra que a esperança não se fundamenta em nossas forças limitadas, mas na obra redentora de Cristo, que transforma a condenação em salvação.
Assim, Romanos 5 nos ensina que a verdadeira esperança é fruto da fé e da experiência do amor de Deus. É uma esperança que dá sentido às dores, ilumina o presente e aponta para a vida eterna, onde a promessa se cumprirá plenamente.
(Após ler o capítulo quinto da Carta de S. Paulo aos Romanos, motivados por essas três perguntas meditar sobre sua caminhada de fé e esperança)
Quando enfrento provações, busco enxergá-las como caminho de crescimento que fortalece minha esperança em Deus? De que forma o sofrimento que você enfrenta hoje pode estar gerando perseverança e fortalecendo a sua esperança em Deus? Você consegue ver a progressão da tribulação para a esperança em sua própria vida?
Minha esperança se apoia mais nas seguranças humanas ou na certeza do amor de Cristo derramado em meu coração pelo Espírito Santo?
De que maneira posso testemunhar, na vida cotidiana, que a esperança cristã não decepciona, mas fortalece a mim e aos que me rodeiam?
Finalizar este momento de leitura orante (após ler, pensar no que Deus quis te dizer e o que você tinha a dizer a Ele), rezando um Pai Nosso... Uma Ave-Maria... e um Glória ao Pai...
MEDITAÇÃO SOBRE ROMANOS 8 - A VIDA NO ESPÍRITO E A ESPERANÇA QUE NÃO FALHA
(Ler todo o capítulo oitavo da carta de S. Paulo aos Romanos e refletir)
Orientações:
O capítulo 8 da Carta de São Paulo aos Romanos é um verdadeiro hino à liberdade, à filiação divina e à esperança cristã. Nele, o apóstolo revela que, pela graça de Deus, somos libertos da lei do pecado e da morte, e chamados a viver uma nova existência guiada pelo Espírito Santo.
Essa vida no Espírito nos transforma interiormente e nos dá uma nova identidade: somos filhos e filhas de Deus, capazes de clamar com confiança: “Abbá, Pai”. Como herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, somos convidados a participar de Sua glória — mas também de Seus sofrimentos. A cruz, longe de ser sinal de derrota, torna-se caminho para a glória eterna.
Paulo nos lembra que “os sofrimentos do tempo presente não se comparam com a glória futura que nos será revelada” (Rm 8,18). Toda a criação, como em dores de parto, aguarda sua libertação. Esse gemido cósmico é também o nosso: ansiamos pela redenção plena, pela transformação definitiva em Cristo.
A esperança cristã não é fuga da realidade, mas certeza enraizada no amor fiel de Deus. O Espírito Santo intercede por nós em nossas fraquezas e nos assegura que nada — absolutamente nada — poderá nos separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus.
Este capítulo nos convida a viver com coragem, fé e esperança, mesmo em meio às tribulações. Ele nos ensina que a vida cristã é uma jornada de transformação, sustentada pela presença do Espírito e orientada para a glória que há de vir.
(Após ler o capítulo oitavo da Carta de S. Paulo aos Romanos, motivados por essas três perguntas meditar sobre sua caminhada de fé e esperança)
Após a leitura e reflexão sobre Romanos 8, permita-se um momento de silêncio interior e medite sobre estas perguntas:
Estou consciente de que sou guiado(a) pelo Espírito Santo e chamado(a) a viver como filho(a) amado(a) de Deus? Como essa verdade transforma minhas escolhas, atitudes e relacionamentos no dia a dia?
Nos momentos de dor, dúvida ou provação, consigo manter firme a esperança na promessa de que nada pode me separar do amor de Cristo? Quais são os sinais concretos desse amor que já experimentei em minha caminhada?
De que maneira posso ser sinal de esperança para os outros e colaborar para que toda a criação participe da libertação e da glória de Deus? Quais atitudes, palavras ou gestos meus podem irradiar essa esperança no mundo?
Finalizar este momento de leitura orante (após ler, pensar no que Deus quis te dizer e o que você tinha a dizer a Ele), rezando a seguinte oração que segue abaixo:
Senhor, nosso Pai amado,
em Ti colocamos nossa confiança.
Fortalece-nos no Espírito Santo,
para que nada nos separe do amor de Cristo.
Dá-nos a esperança que sustenta nas provações
e a certeza de que tudo concorre para o bem
dos que Te amam.
Amém.
ROMANOS CAPÍTULO 15 É UM CONVITE À UNIDADE, AO SERVIÇO MÚTUO E À PERSEVERANÇA NA FÉ.
(Ler todo o capítulo décimo quinto da carta de S. Paulo aos Romanos e refletir)
Orientações:
A meditação sobre Romanos 15 nos revela uma esperança que não é egoísta, mas que se manifesta em favor do próximo. São Paulo começa recordando que os mais fortes devem carregar as fraquezas dos mais fracos, sem buscar agradar a si mesmos, mas edificando o próximo. Essa atitude de solidariedade nasce da esperança: acreditamos que, ao apoiar uns aos outros, caminhamos juntos para o Reino de Deus.
Paulo mostra que Cristo é o grande modelo: Ele não buscou agradar a si mesmo, mas se entregou por amor. A esperança cristã se fundamenta nessa certeza — se Cristo deu a vida por nós, também sustentará cada passo da nossa caminhada.
O apóstolo ainda afirma que tudo o que foi escrito nas Escrituras tem por objetivo nos instruir, para que, pela perseverança e pela consolação que delas provêm, tenhamos esperança. A Palavra de Deus é fonte inesgotável de esperança, pois nela encontramos promessas que se cumprem e sinais do amor fiel de Deus que nunca abandona o seu povo.
Um dos momentos mais belos do capítulo é quando Paulo deseja: “O Deus da esperança vos encha de toda alegria e paz em vossa fé, para que transbordeis de esperança pela força do Espírito Santo” (Rm 15,13).
Aqui se revela a profundidade da vida cristã: a esperança não nasce de nossas forças humanas, mas do Espírito que nos sustenta e nos faz transbordar de confiança, mesmo em meio às dificuldades.
Paulo também fala da missão de anunciar o Evangelho aos povos, para que todos, judeus e gentios, glorifiquem a Deus juntos. A esperança, portanto, é universal: não é privilégio de alguns, mas dom oferecido a toda humanidade. Essa esperança nos convida a construir pontes, acolher o diferente e viver na comunhão que vem do Espírito.
O capítulo conclui mostrando que a esperança cristã não é estática, mas missionária. Quem vive da esperança não se fecha em si mesmo, mas se abre ao serviço, à partilha e ao anúncio do Evangelho.
Assim, Romanos 15 nos ensina que a verdadeira esperança é comunitária, nasce da Palavra, é sustentada pelo Espírito Santo e nos lança em missão. Ela é certeza de que, unidos a Cristo, seremos sempre fortalecidos para amar, servir e perseverar.
(Após ler o capítulo décimo quinto da Carta de S. Paulo aos Romanos, motivados por essas três perguntas meditar sobre sua caminhada de fé e esperança)
Após a leitura e contemplação de Romanos 15, permita-se um momento de silêncio interior. Respire fundo, abra o coração e reflita sobre as perguntas abaixo:
Como sua fé se revela no acolhimento ao outro?
De que maneira você tem acolhido pessoas que pensam ou agem de forma diferente de você? A esperança que vem de Deus tem guiado suas atitudes nessas relações? Como ela pode transformar conflitos em pontes de comunhão?
A Bíblia é para você uma fonte de perseverança e consolo?
Releia Romanos 15, 4. Em quais momentos da sua vida a Palavra de Deus foi um sustento para continuar? Você tem buscado nela força e esperança diante dos desafios atuais? Como a leitura e meditação bíblica têm fortalecido sua confiança em Deus no cotidiano?
O que significa, para você, transbordar de esperança pelo Espírito Santo?
Paulo nos convida a sermos cheios de alegria e paz, para que possamos transbordar de esperança (Rm 15,13). O que significa, para você, viver esse transbordamento? Quais atitudes concretas você pode cultivar para permitir que o Espírito Santo encha sua vida de esperança e a irradie aos que estão ao seu redor?
Finalizar este momento de leitura orante (após ler, pensar no que Deus quis te dizer e o que você tinha a dizer a Ele), rezando a oração que segue abaixo:
Deus da esperança,
Tu que és fiel em todas as promessas,
enche meu coração de alegria e de paz na fé.
Faz-me perseverar nas provações,
alimentando-me sempre da Tua Palavra.
Que o Espírito Santo transborde em mim esperança,
para que eu possa sustentar os fracos,
acolher o diferente e viver em comunhão.
Que minha vida seja testemunho do amor de Cristo,
que venceu o mal com o bem
e abriu para nós o caminho da vida eterna.
Amém.